O "Dia Nacional de Lutas" ficou no nome. As centrais sindicais tentaram ir na onda dos protestos e despertou pouco interesse.
Tentaram fazer de tudo o que se viu nas manifestações: baderna feita pelos mais exaltados, bloqueio de avenidas e estradas, palavras de ordem reivindicando tudo. Houve também a repressão policial, com gás lacrimogênio, pimenta, balas de borracha.
O que se viu foi uma repercussão magra. Boa parte da juventude não voltou às ruas para se juntar à Força Sindical e à UGT. Não foram atraídos pelos sindicatos, que pediam temas pouco atraentes, como o fim do "fator previdenciário", um mal necessário para o rombo da Previdência não aumentar mais enquanto não se faz uma reforma que garanta vencimentos mais justos aos aposentados do setor privado e fim dos privilégios no setor público.
Para a juventude que se mobilizou em junho, 40 horas semanais ao invés dos 44 previstos na Constituição, e 10% para saúde e educação (por quanto tempo, já que esse percentual é insuficiente para reverter a situação abjeta dos hospitais e escolas?) é pouco. Os ativistas do mês passado querem mais do que isso, e logo, mesmo que isso seja realmente querer demais. Pois infelizmente as chagas seculares do Brasil precisam de mais algumas décadas para se curarem, e isso irá acontecer quando houver mobilização e mudança de hábitos não só dos políticos mas da população em geral. Leva tempo, bastante tempo infelizmente, mas é isso ou a permanência de "tudo o que está aí": populismo, demagogia, corrupção política, rapinagem, violência.
A fim de estimular os protestos, houve até estímulos em dinheiro em São Paulo, como os jornais (Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo) denunciaram. A corrupção não era uma das numerosas reivindicações do "Dia Nacional de Lutas". Mesmo assim, pouca gente foi parar a Av. Paulista e as rodovias.
Por fim, as manifestações, embora relativamente vazias, não tinham menos violência, pelo menos em alguns lugares, como o Rio, onde prenderam 34 ativistas e feriram outros 4. A polícia também agiu energicamente contra o bloqueio da Régis Bittencourt por ativistas do MST, situacionistas desde a posse de Lula mas ainda radicais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário