O papa se despede dos cariocas (Foto: Alexandre Cassiano/O Globo)
Com a visita do papa Francisco ao Rio de Janeiro, muita coisa aconteceu, não só para mudar alguns aspectos da vida no Brasil, mas para reforçar outros:
1. A mídia arrefeceu nas críticas à violência e ao tráfico de drogas nas favelas do Rio de Janeiro, para se concentrar na Jornada Mundial da Juventude.
2. A Igreja Católica deu mostras de fortalecimento diante da população brasileira, graças ao carisma e às atuações do papa, que exigiu mais ação dos clérigos na missão de evangelizar e deu o exemplo ao ir pessoalmente à comunidade de Manguinhos, lembrada apenas pela criminalidade e miséria - e que possui uma igreja evangélica (visitada, inclusive, pelo papa, algo raro de se ver).
3. Por falar nisso, os evangélicos arrefeceram suas críticas à Igreja, adotando uma postura cautelosa diante de um papa que atraiu milhões em Copacabana e outros locais. Com a volta do papa, eles voltarão à ativa.
4. A falta de visão administrativa das autoridades do Rio ficou escancarada para o mundo. Guaratiba, onde fica o Campus Fidei, sofreu prejuízos milionários com as chuvas, em um lugar previsivelmente sujeito a isso. Estado e prefeitura poderiam ter feito algo para minimizar os efeitos do mau tempo nos dois anos que tiveram para preparar a JMJ. Preferiram brigar pelos royalties do petróleo, pelo visto mal empregados, como sempre. Chicago e Madrid ficaram de olho, pois perderam a eleição para sede das Olimpíadas de 2016 para o Rio, e tentaram convencer o resto do planeta sobre o "erro" de escolher a Cidade Maravilhosa como sede dos Jogos.
5. A doutrina católica foi mantida e reforçada sob Francisco. O uso de drogas foi condenado. Ele enfatizou a doutrina social da Igreja, que condena a injustiça social mas deplora o uso político desta. Como já foi citado no segundo item, a missão evangelizadora foi considerada prioridade para os sacerdotes. Ele não dá mostras de que vai transigir em questões como aborto, "casamento" entre pessoas do mesmo sexo, uso de contraceptivos, apesar de não tocar nestes assuntos durante a Jornada. Francisco não é um progressista como Paulo VI, mas um "reformista conservador" que possui influências de João Paulo I e II.
6. Continuaram as manifestações, mas elas não tiveram o mesmo apelo, devido à atenção da imprensa para a JMJ. Houve uma "marcha das vadias" que esteve longe de obter a repercussão desejada. Não houve trégua, porém, para o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes. E em São Paulo houve mais vandalismo do que qualquer outra coisa.
7. A presidentA parecia mais uma "sargentona" que recebe ordens do ex-presidente Lula do que uma estadista. Ela apareceu na recepção do papa e na Missa de Envio no último dia, assistindo-a ao lado da Cristina Kirchner e do Evo Morales, mas não compareceu na cerimônia de despedida. Seu discurso junto ao papa na abertura da JMJ foi considerado atroz para muitos analistas (leia AQUI). A gafe cometida por Joaquim Barbosa, ao cumprimentar o papa mas não Dilma na ocasião, foi explorada pelos humoristas e redes sociais. Além disso, durante uma entrevista para a Folha, ela disse, em relação a Lula, que "eram indissociáveis".
8. A JMJ teve uma repercussão muito boa no estrangeiro. A má impressão deixada pelas autoridades não se estendeu aos cariocas em geral. O Papa foi muito bem acolhido. Talvez não seja diferente em Cracóvia, sede da próxima Jornada Mundial, em 2016. E muito menos em 2017, quando Francisco voltar novamente ao Brasil, para os 300 anos do culto a Aparecida.
4. A falta de visão administrativa das autoridades do Rio ficou escancarada para o mundo. Guaratiba, onde fica o Campus Fidei, sofreu prejuízos milionários com as chuvas, em um lugar previsivelmente sujeito a isso. Estado e prefeitura poderiam ter feito algo para minimizar os efeitos do mau tempo nos dois anos que tiveram para preparar a JMJ. Preferiram brigar pelos royalties do petróleo, pelo visto mal empregados, como sempre. Chicago e Madrid ficaram de olho, pois perderam a eleição para sede das Olimpíadas de 2016 para o Rio, e tentaram convencer o resto do planeta sobre o "erro" de escolher a Cidade Maravilhosa como sede dos Jogos.
5. A doutrina católica foi mantida e reforçada sob Francisco. O uso de drogas foi condenado. Ele enfatizou a doutrina social da Igreja, que condena a injustiça social mas deplora o uso político desta. Como já foi citado no segundo item, a missão evangelizadora foi considerada prioridade para os sacerdotes. Ele não dá mostras de que vai transigir em questões como aborto, "casamento" entre pessoas do mesmo sexo, uso de contraceptivos, apesar de não tocar nestes assuntos durante a Jornada. Francisco não é um progressista como Paulo VI, mas um "reformista conservador" que possui influências de João Paulo I e II.
6. Continuaram as manifestações, mas elas não tiveram o mesmo apelo, devido à atenção da imprensa para a JMJ. Houve uma "marcha das vadias" que esteve longe de obter a repercussão desejada. Não houve trégua, porém, para o governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Paes. E em São Paulo houve mais vandalismo do que qualquer outra coisa.
7. A presidentA parecia mais uma "sargentona" que recebe ordens do ex-presidente Lula do que uma estadista. Ela apareceu na recepção do papa e na Missa de Envio no último dia, assistindo-a ao lado da Cristina Kirchner e do Evo Morales, mas não compareceu na cerimônia de despedida. Seu discurso junto ao papa na abertura da JMJ foi considerado atroz para muitos analistas (leia AQUI). A gafe cometida por Joaquim Barbosa, ao cumprimentar o papa mas não Dilma na ocasião, foi explorada pelos humoristas e redes sociais. Além disso, durante uma entrevista para a Folha, ela disse, em relação a Lula, que "eram indissociáveis".
8. A JMJ teve uma repercussão muito boa no estrangeiro. A má impressão deixada pelas autoridades não se estendeu aos cariocas em geral. O Papa foi muito bem acolhido. Talvez não seja diferente em Cracóvia, sede da próxima Jornada Mundial, em 2016. E muito menos em 2017, quando Francisco voltar novamente ao Brasil, para os 300 anos do culto a Aparecida.
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