terça-feira, 22 de outubro de 2013

Da série 'Tabela periódica como você nunca viu', parte 9 - Os elementos de transição (I)

Os elementos de transição são um terror para os estudantes do ensino médio. Eles possuem muitas propriedades interessantes e outras bem pé no saco nem tanto, ou que só interessam quem vai mesmo estudar para certas áreas de Exatas, como Física, Engenharia Metalúrgica, Geologia ou, é claro, Química. 

São chamados de transição porque estão entre os metais alcalinos e alcalino-terrosos, notáveis garanhões da Tabela Períodica, e os metais da direita, considerados meio fajutos por muitos deles serem considerados "gays" e derreterem fácil. Mas isso não quer dizer muita coisa, pois a maioria dos metais no meio da tabela também sofrem de indefinição sexual. Gostam de não-metais, mas estão sempre metidos em surubas com outros metais, principalmente o cálcio, o sódio, o potássio. Não são propriamente ávidos por elétrons, é mais um tipo de parafilia mesmo.

Uma das propriedades básicas e chatas de estudar é o fato do subnivel "d" do nível imediatamente inferior ao mais elevado também participar das ligações químicas. Por exemplo, o titânio, um desses metais dessa merda de desse grupo, tem 4 camadas eletrônicas e a camada 3d também quer enfiar elétrons em algum não-metal louco por uma relação quente iônica. Outra é o fato de terem várias valências, ou seja, podem enfiar 2, 3, 4, até oito elétrons num não-metal tarado. E muitos dos seus sais são coloridos.

Nesta postagem, serão abordados os elementos mais à esquerda, tirando os lantanídeos e os actinídeos, que ficarão por último. São os membros da família 3B e 4B. 



Os elementos da família 3B têm a propriedade de terem uma camada de valência com apenas 2 elétrons e o tal do subnível 3d com 1 elétron, sendo chamado de trivalentes. Ou seja, eles são metais bastante libertinos e gostam de enfiar 3 elétrons nos não-metais incautos, como os elementos 3A, mas diferem destes por derreterem em temperaturas muito mais altas que metais frouxos como o alumínio e o gálio (que derrete na mão, como já foi abordado nesta série) e serem em geral mais pesados. Assim, via de regra eles vão querer pegar 3 átomos de flúor ou cloro de uma vez, cada um ávido por um elétron, e está feito o troca-troca. Ou fazem um surubão entre dois deles com três oxigênios, como acontece com o alumínio, o mais pervertido dos trivalentes. São apenas 2 elementos, todos eles muito pouco conhecidos do público em geral por serem quase tão difíceis de encontrar quanto um acreano. 

- Escândio: Esse metal de nome esquisito tem algumas propriedades industriais como substituto do alumínio, que é um metal do grupo 3A, em algumas estruturas caríssimas, mas ninguém nunca fala dele; é um elemento muito marginalizado na tabela periódica. 

- Ítrio: Já o ítrio não é tão impopular quanto o seu colega do mesmo grupo, mas também sofre por não ter a mesma popularidade de um lantanídeo ("terra rara"). Ele quer entrar nesse clube, mas sempre é rejeitado por aquele grupo de esnobes, que se julgam muito raros e valiosos. O motivo da rejeição é ele não ter uma subcamada "f" incompleta (para os não químicos, isso parece esoterismo...). De qualquer forma, ele está presente em vidros especiais difíceis de quebrar ou de derreter.


Os elementos abaixo são da família 4B e já são metais de gosto diferentes. São, em termos sexuais, muito estranhos. Gostam tanto de não-metais quanto de participar de surubas envolvendo outros metais. Geralmente são tetravalentes, ou seja, enfiam quatro elétrons nos não-metais, mas isso pode variar, como é regra entre os metais de transição.

- Titânio: Gosta de posar de valente, pois tem a fama de ser resistente e não ser atacado facilmente pelos ácidos e pelos outros materiais corrosivos quando puro, e estar presente em ligas extremamente fortes, na indústria aeronáutica, foguetes, mísseis, etc. Também é um metal boa-praça, que não quer saber de matar ninguém e é empregado nos implantes para substituir os ossos. Contudo, o outro lado de sua personalidade é o seu fraco por festas licenciosas envolvendo o oxigênio, o mais extrovertido dos não-metais, e outros metais como bário, ferro, chumbo, etc. O nome dessa pouca-vergonha é chamado de titanato.

- Zircônio: Assim como o titânio, o zircônio é um metal que esconde seu lado pervertido. Vive próximo dos não-metais, mas também de muitos metais e gosta da presença do estanho, do silício e de outros elementos bissexuais, e ainda por cima tetravalentes como ele. Por falar em silício, um silicato conhecido do zircônio, chamado de zircão, confunde muitos incautos por sua semelhança com o diamante, quando não possui cor. 

- Háfnio: Este metal tenta compensar a parafilia própria de seu grupo com o fato de ser duro e muito difícil de derreter. Quase todos os seus compostos são um pesadelo para quem tiver a inglória tarefa de fazer algum objeto envolvendo fundição. Os geeks gostam cada vez mais do háfnio assim como gostam do silício, porque seu óxido é empregado nos transistores mais modernos, substituindo o óxido de silício. 

- Rutherfordio: Primeiro elemento mais pesado do que os actinídeos, é um metal artificial que ninguém sabe exatamente para que serve, a não ser para preencher a tabela periódica. Como todo elemento desse tipo, é radioativo. Durante a Guerra Fria, os soviéticos batizaram essa criatura de "kurchatóvio". Os americanos de início concordaram, mas quando a União Soviética se quebrou formando a Rússia, a Ucrânia e um punhado de republiquetas, aos poucos o grotesco nome dado pelos tomadores de vodca foi abandonado, para homenagear o famoso físico Rutherford, falecido em 1937 e um dos grandes responsáveis por fazer os estudantes se matarem estudando Química elaborar a moderna teoria atômica.

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