Quando existe uma greve na USP, cuja frequência é aproximadamente anual, os professores, funcionários e alunos participantes conseguem resultados modestos, quando conseguem. Na maior parte das vezes, ou não se muda nada, ou a comunidade USP precisará arcar com a deterioração da imagem frente ao resto da sociedade, que enxerga nessas manifestações meros protestos de gente sustentada pelos pais, ou de privilegiados com poder de mobilização que luta apenas por interesses próprios.
Desta vez eles batalham pelas eleições diretas para reitor. A reitoria vai organizar novas eleições, com mudanças. Antes, havia um primeiro turno e um segundo turno para a Assembléia Universitária, formada pelo Conselho Universitário (CO) e pelos Conselhos Centrais formados por representantes de professores, alunos e funcionários, elegerem uma lista tríplice, a qual será encaminhada ao governador. Em algumas vezes, os governadores escolhem o segundo ou até o terceiro nome, em detrimento do mais votado, como aconteceu no caso da eleição do atual reitor, João Grandino Rodas, em 2009. Este sistema de lista de três nomes, detestado pela maior parte da comunidade USP por ser um vestígio da ditadura militar, foi mantido. Agora, segundo decidiu o CO, conhecido pejorativamente por membros do Sintusp e do DCE Livre pelas verdadeiras iniciais de "Conselho Universitário", haverá apenas um turno para compor esta famigerada lista.
Como as medidas tomadas pelo CO estiveram bem longe de agradar os representantes dos alunos e funcionários, eles resolveram invadir a reitoria, proclamando mais uma greve, para a USP não fugir da tradição de ter pelo menos uma paralisação por ano. Eles reivindicam um governo tripartite, com um representante dos professores, um dos funcionários e um dos alunos.
E qual é o apoio do resto da sociedade a isso? Para a maioria, é caso para só a comunidade USP resolver. Precisa ser logo, pois os bloqueios na portaria principal da Universidade, feitos em quase todos os protestos, atrapalham o já exasperante trânsito na região do Butantã. E os manifestantes não se preocupam em obter apoio do resto da cidade, ficando restritos a uma minoria barulhenta e vistos pelo povo em geral como defensores dos interesses de alguns privilegiados.
Sem falar na maioria dos estudantes da USP, que preferem não se filiar aos movimentos estudantis e continuam querendo o cumprimento do calendário letivo neste ano. Para eles, idéias francamente socialistas como a do Sintusp e a do DCE Livre, dominadas por simpatizantes do PSOL e do PSTU, mais preocupados com a "luta de classes" do que com a luta pela melhoria do ensino, não interessam.
Qual será o resultado dessa nova greve? Repetirão os fiascos anteriores, por lutarem só por idéias com pouco ou nenhum lastro do resto da comunidade USP? Antes, eles queriam as eleições diretas para reitor, o que é algo pouco viável se não visar a melhoria da Universidade. Agora querem algo ainda mais impraticável - o tal governo tripartite. Desse jeito continuarão sem apoio da maioria dos estudantes, e merecedores da indiferença fora do campus.
Qual será o resultado dessa nova greve? Repetirão os fiascos anteriores, por lutarem só por idéias com pouco ou nenhum lastro do resto da comunidade USP? Antes, eles queriam as eleições diretas para reitor, o que é algo pouco viável se não visar a melhoria da Universidade. Agora querem algo ainda mais impraticável - o tal governo tripartite. Desse jeito continuarão sem apoio da maioria dos estudantes, e merecedores da indiferença fora do campus.
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