Continuando a série dos elementos de transição, aqueles metais situados no meio da tabela periódica, temos uns elementos de comportamento muito esquisito. Estes elementos podem doar muitos ou poucos elétrons, dependendo da situação, embora sejam mais comuns em surubas envolvendo não metais e outros metais. Ou seja, sem sexo grupal, nada feito.
Os compostos desses metais, dos grupos 5B, 6B e 7B são, em boa parte das vezes, terminados em -ato, como podemos ver a seguir. Isso, para um metal que se preze, é uma desgraça, pois significa que existe um metal mais disposto a enfiar elétrons no meio, e ele é o chefão da suruba (sódio, potássio, cálcio, ferro, e para humilhação suprema até o alumínio, que é um bissexual promíscuo).
Nesta turma temos os elementos da família 5B, cujas propriedades físicas variam muito. O vanádio é muito leve, enquanto o nióbio e o tântalo são pesadões. Aparentemente parecem metais normais, principalmente porque amassam, formam fios e são brilhantes. Quimicamente, não se comportam muito como metais, pois lembram demais os elementos da família 5A, como o arsênio e o antimônio (chamados de "semimetais"), pois gostam da companhia de metais e de não metais para formar sexo grupal bem indecente. Antes pouco se falava sobre eles, mas agora são elementos valiosos.
Vanádio: Este metal gosta de alardear sua virilidade, devido ao seu nome de origem nórdica viking (na verdade, ele esconde que vanádio vem de uma deusa, Vanadis, ou Freia) e ainda por ser duro e resistente, presente numa liga de ferro muito forte chamada de ferro-vanádio. Quimicamente, porém, não se comporta como um metal típico, formando os chamados "vanadatos" junto com o biscate do oxigênio e também o sódio, o potássio e outros elementos com mais apetite sexual. O cúmulo é existir o vanadato de amônio, onde a combinação de dois não-metais (nitrogênio e hidrogênio) faz o papel do metal machão. Este é um caso para se usar a expressão "esse pitbull é Lassie".
Nióbio: O finado Enéas e o seu filho bastardo Cauê Moura gostam de falar, ou melhor, de berrar, a respeito desse elemento, dizendo que o Brasil está fazendo papel de idiota ao deixarem os estrangeiros surrupiarem os minerais de nióbio, usados na indústria eletrônica, como capacitores com alta capacidade de armazenar energia, nos propulsores de aviões a jato e nas usinas nucleares. Como o vanádio, quase sempre é encontrado como um mineral terminado em "ato", mais precisamente "tantalato-niobato", ou seja, uma pouca-vergonha. O nióbio e o tântalo são dois elementos tão parecidos que fica difícil separá-los um do outro, e estão presentes geralmente nos mesmos minerais, como a columbita-tantalita. Como eles não se desgrudam, a IUPAC, aquela turma de químicos, batizou o elemento nióbio com o nome da filha de Tântalo, Niobe. Antes o nióbio era chamado de colúmbio, para homenagear Cristóvão Colombo, que nem entendia nada de química.
Tântalo: Elemento com um dos nomes mais amaldiçoados da tabela periódica, pois homenageia o rei Tântalo, castigado pelos deuses a passar fome e sede eternas. Também é muito mal visto pelos outros metais, por não se comportar quimicamente como um metal decente, sempre fazendo parte daquelas bizarrices, junto com o nióbio, formando os chamados "tantalatos-niobatos". É muito parecido com o nióbio, e separá-los é algo como o décimo terceiro trabalho de Hércules. A diferença é que o tântalo é bem mais pesado.
Dubnio: Antes, segundo o ocidente, esse metal radioativo artificial era chamado de "hahnio", para homenagear Otto Hahm, um dos físicos participantes do programa nuclear da Alemanha nazista que se arrependeu e passou a combater o uso da bomba atômica. Com o fim da União Soviética, como consolo para as viúvas da velha potência comunista a IUPAC consentiu no nome oficial de dúbnio, em homenagem à cidade russa de Dubna. Como elemento artificial dessa laia, não se sabe para que serve, a não ser para preencher a tabela periódica. Só se sabe que é um metal esquisitão como o tântalo.
Na família 6B, temos os metais quimicamente menos parecidos como tais da Tabela Periódica, tirando aqueles meio fajutos encontrados na direita. Além de participarem daquelas obscenas coisas terminados em -atos (cromatos, molibdatos, tungstatos), seus óxidos, ou seja, a relação entre esses elementos e o oxigênio, tanto podem ser quentes (quando só um oxigênio está na parada) como podem ser um chove-não-molha constrangedor (quando é um metal e três oxigênios). E isso justamente com o não-metal mais louco por sexo!
Cromo: Este elemento gosta de enganar os incautos devido à sua aparência bem metálica: é um metal branco-skinhead de brilho intenso. Mas o que ele gosta mesmo é de uma bela suruba, sendo que ele nunca comanda a festa: são os chamados "cromatos". Às vezes está presente no rubi, uma pedra preciosa, coisa de metal afrescalhado como o alumínio.
Molibdênio: Semelhante ao elemento anterior por ser um metal bem branco e não gostar de não-metais sem a presença de outros metais, engana bem os leigos por sua aparência e por ser componente de certos aços. Na verdade, este metal aparentemente duro e muito difícil de fundir faz todo tipo de combinação infame: molibdatos, peroxomolibdatos, tetratiomolibdatos, sei-lá-mais-o-que-molibdatos, até mesmo com o NH4 (amônio) como metal mais dominante.
Tungstênio: Já foi muito usado nas lâmpadas incandescentes por sua baixa resistividade elétrica, esquentando e brilhando (muito mais esquentando do que brilhando) quando passa a corrente, acendendo a lâmpada. Agora, o tungstênio é mais empregado em ligas com altíssimo poder de fusão. Ou seja, não se consegue derreter esse elemento nem com reza brava. Ainda por cima, é um dos elementos mais pesados conhecidos, ao lado do rênio, do ósmio e do irídio. Quimicamente, é um metal quase tão fajuto quanto o cromo e o molibdênio, mas gosta de se relacionar com os halogênios, os não-metais loucos para pegar um elétron.
Seabórgio: Mais um daqueles elementos inúteis para preencher a tabela periódica e não ficar soltos por aí sob o risco de contaminar os laboratórios com radiação. Causou rififi ao ser batizado, em 1994, com um nome de um físico ainda vivo, Gleen Seaborg. Quando ele faleceu, o nome foi oficializado.
Por fim, temos os elementos 7B. Em casos excepcionais, esses metais podem doar até sete elétrons. Geralmente, não são assim tão generosos, preferindo aquela parafilia de só se relacionarem com o oxigênio na presença de outros metais. Ou seja, mais uma vez a presença de -atos, e ainda por cima com o prefixo "per-", como é o caso do permanganato de potássio.
Manganês: Este é o mais conhecido dos vizinhos do ferro, e é muito mal falado por suas tendências ao sexo bizarro, como se o ferro não participasse de certos relacionamentos estranhos para um metal, como veremos na próxima postagem da série. O fato de alguns sais serem rosados piora as coisas, como é o caso do dicloreto de manganês. Porém, quando está com vontade dispensa os outros metais e traça os não-metais sozinho. E muitas vezes é parceiro de seu vizinho famoso nos aços especiais.
Tecnécio: Este é um elemento tão raro, mas tão raro que para aproveitá-lo em algo decente foi necessário produzí-lo artificialmente. Essa criatura é bem estranha, encontrada numa merda coisa esdrúxula como o pertecnato de amônio (NH4-Tc-O4). Ou seja, quem faz o papel de metal mesmo nessa joça é a combinação nitrogênio-hidrogênio.
Rênio: Metal muito raro e, mesmo assim, não é considerado precioso porque reage com facilidade com outros elementos. Só se lembram dele por causa de ser um dos elementos mais pesados da tabela periódica. Quimicamente, sofre da vergonha de fazer de uma combinação tão degradante quanto o perrenato de amônio (NH4-Rn-O4), ou seja, até o nome dessa meleca é ridículo.
Bohrio: Elemento artificial inútil que ainda teve a infelicidade de ser chamado de "eka-rênio". Depois foi batizado para homenagear um dos pais da Física Quântica e da moderna teoria atômica, o dinamarquês Niels Bohr. Durante a Guerra Fria foi batizado de "dubnio", nome dado posteriormente a outro elemento, para não ter o hediondo nome de "eka-rênio".
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