quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Da série 'Tabela periódica como você nunca viu', parte 7 - Os halogênios

O grupo chamado de halogênios reúne os elementos mais doidos para pegar um elétron dos outros átomos, tirando o oxigênio, que chega a ser até mais tarado. Esses elementos são todos não-metais e precisam de mais um elétron para satisfazerem suas taras completarem sua camada de valência. Nesse lugar onde as relações sexuais interatômicas são feitas os halogênios têm 7 elétrons, quando é preciso ter 8. 

Além de serem insaciáveis pegadores de elétrons dos metais, chegando a se reunirem em grupos de 4 ou até de 5, dependendo da vontade do metal de dar ceder um elétron, eles são elementos muito agressivos, forçando amizades com os outros não-metais. São grudentos, chatos, pirracentos, e fazem de tudo para não saírem sem alguma companhia. E para isso se valem até da violência, corroendo materiais por toda parte. Eles também têm fortes tendências criminosas, lesando os seres vivos. Se estes forem suficientemente pequenos, como um vírus ou uma bactéria, coitados deles: é morte instantânea. Para seres maiores, como gente, a morte pode ser lenta e dolorosa.

Diferem entre si basicamente na aparência: o fluor é um gás quase sem cor, enquanto o cloro, embora também seja gasoso, é de um amarelo forte meio esverdeado, quase cor de uma das camisas oficiais palmeirenses. O bromo é um líquido esquisito. Já o iodo, o astatínio e o tal de ununséptio são sólidos. 

Quando o carnavalesco Clóvis Bornay, que amava as fantasias cheias de plumas coloridas, era vivo, ele tinha de aguentar a seguinte frase, dita pelos professores de Química dos cursinhos pré-vestibulares: Foi o Clóvis Bornay que Invadiu Atenas. Depois que ele virou purpurina faleceu, tiveram de inventar frases menos datadas para decorar os símbolos dos halogênios. 


Flúor: Depois do oxigênio, é o elemento mais maluco por sexo que existe. Não perdoa ninguém, nem os elementos não-metais. É um gás extremamente anarquista, destruindo tudo o que vier pela frente, para satisfazer seus desejos de receber um elétron. Componente dos dois ácidos mais perigosos conhecidos, o fluorídrico, destruidor do vidro e dos ossos, e o fluorantimônico, simplesmente o ácido mais forte que existe. Também não suporta ver alguma coisa se mexendo, respirando, fazendo fotossíntese, que ele vai e mata. 

Cloro: Também a-do-ra fazer muitas maldades para satisfazer sua ânsia de querer um elétron, nem que para isso seja obrigado a matar, como no caso do flúor. Mesmo não sendo tão psicótico, é um elemento também muito corrosivo, estragando as relações alheias, nos processos chamados de corrosão. É um amante ardente dos metais, mesmo os mais indecisos como o ouro (daí ser usado na água régia, o tal ácido que não perdoa nem o tal do 'rei dos metais').  

Bromo: Este elemento parece ser o verdadeiro sangue do diabo. Além de ser um líquido vermelho, é corrosivo e cheira pior do que hálito de urubu. Apesar disso, não é tão agressivo quando os elementos anteriores. Mata menos bactérias, plantas, bichos, gente. Porém, adora metais para fazer relações loucas de sexo selvagem.

Iodo: É o mais boa-praça dos halogênios. Encontrado às vezes como uma pedra sem graça e quase preta, é usado às vezes pelos estudantes para ser aquecido e virar gás, sem passar pelo estado líquido, como acontece com a naftalina dos guarda-roupas. Não tem a mesma capacidade de matar dos outros elementos de seu grupo, embora também seja um veneno, mas também tem um fraco pelos metais, não negando sua origem. Às vezes quer variar as relações, chegando até a ter envolvimentos homossexuais com o flúor. 

Astatínio: Nunca visto na natureza, tem-se a impressão que ele não existe, embora esteja na tabela periódica. Parece ser uma espécie de Acre, se a tabela fosse como o mapa do Brasil. Só alguns poucos cientistas sabem que ele é radioativo, e portanto, um potencial fazedor de viúvas. Dizem que ele é um halogênio bissexual, pois tanto gosta de se envolver com os metais quanto com os não-metais.

Ununséptio: Aberração cujo nome definitivo promete ser mais feio do que o atual, este monstro radioativo chegou a ser sintetizado apenas para completar a tabela periódica. É um elemento estranho, radioativo, com jeito de ser devasso, mal-resolvido e provavelmente um semi-metal, ou seja, mais uma daquelas coisas indefinidas que não sabem se pega um elétron de algum metal ou se enfia cinco ou até sete em outro não-metal.

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