segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Da série 'Tabela Períodica como você nunca viu', parte 5, ou 'O grupo da morte'

A família 15, ou 5A, é talvez o maior balaio de gatos, dito, elementos químicos, da Tabela Periódica. Se a família 4A reunia elementos que nada tinham a ver um com o outro (carbono em relação ao estanho, por exemplo), a família do lado é ainda mais diferente. Um deles nem sólido é, e justamente ele batiza o grupo, dito 'do nitrogênio'.


Poderia também ser chamado de grupo da morte, pois todos eles formam compostos capazes de matar seres humanos, animais, vegetais... enfim, uma verdadeira quadrilha. Se eles fazem amizade com o hidrogênio, formando os hidretos, tornam-se verdadeiros "Bashares al-Assad", como veremos a seguir.

Nitrogênio: É o único gás do grupo e, sendo um não-metal, adora fazer sexo com os metais, formando os chamados 'nitretos'. O mais comum, porém, é fazer surubas, já que adora a companhia do oxigênio. Aliás, a combinação desses dois elementos gasosos resulta em um poluente violento, os óxidos de nitrogênio. Contudo, quando o nitrogênio resolve ser mau de verdade, faz uma combinação com três hidrogênios de uma vez, formando a terrível, mas não muito, amônia, um gás muito fedorento, corrosivo e capaz de fazer estragos na saúde. Pior é quando faz combinações literalmente explosivas como a nitroglicerina e o TNT. Todavia, em geral não é um elemento tão perverso, pois sem ele não haveria proteínas. Quando dois átomos de nitrogênios se reúnem, formam uma substância muito boa praça, chamada de gás nitrogênio, maior componente do ar atmosférico. Por esse motivo, e por sua natureza não sólida, o nitrogênio é considerado uma aberração pelos companheiros de grupo. 

Fósforo: Ele é um não-metal, também, como o nitrogênio, é bem mais perigoso e gosta de posar de mau, embora perto do seu primo arsênio ele pareça até muito bonzinho. Adora sexo grupal, principalmente envolvendo o oxigênio, e sempre com metais, formando os chamados 'fosfatos'. Dessa forma tanto pode ser um veneno para o meio ambiente quanto um importante alimento para plantas. Quando há oportunidade, para ficar violento mesmo ele sequestra três hidrogênios e forma a fosfina, gás mortífero que, quando não mata por sufocamento, explode. A fosfina só existe porque é empregada na indústria eletrônica para dopar o silício dos microprocessadores (sim, o silício é viciado em certos tóxicos...). Existem duas raças de fósforo: o branco, que é um skinhead, e o vermelho, que parece um índio dos filmes de faroeste, bravio e disposto a pegar em armas, embora não seja tão feroz quanto o seu equivalente branco. 

Arsênio: Este é um assassino psicótico, com mais vontade de matar do que o Dexter do seriado americano ou o Charles Bronson nos filmes de Hollywood. Não suporta ver um ser vivo por perto: quer mandá-lo para "sentar no colo do capeta", como diria o saudoso Alborghetti. Tem verdadeiro trauma de criação, por ser em parte metal por causa do sua aparência, e em parte não-metal, pela tendência de querer fazer sexo com os metais e ser componentes de ácidos e não formar bases (metais dignos desse nome fazem o contrário). Para não ser vítima de chacotas por parte dos outros elementos devido à sua androginia a la "Marilyn Manson", desenvolveu uma personalidade criminosa. Para conseguir fazer uma vítima indefesa, gosta de forçar amizades com o oxigênio, formando o chamado 'arsênico', e com o hidrogênio, formando a arsina. Aliás, já dá para reparar que os elementos do grupo ficam sequestrando três hidrogênios, e este é o segundo que forma um gás matador cujo nome termina em 'ina'.

Antimônio: O antimônio é um elemento que tenta afirmar sua personalidade de metal, tanto é que adora fazer amizade com o enxofre para formar uma substância também de aspecto metálico, antigamente chamado de stibium, ou estibinita, um sulfeto usado para maquiar as dondocas do Império Romano. Dai seu símbolo ser 'Sb' e não 'An'. Também, como qualquer metal faz, não perdoa os halogênios, os não-metais loucos por sexo, "traçando" três ou até cinco deles de uma vez. Apesar de suas tentativas, os outros metais continuam discriminando-o porque ele quebra ao invés de amassar e conduz muito mal a corrente elétrica. Nos relacionamentos, ele tenta rejeitar os outros metais, mas no fundo quer um relacionamento bem indecente com eles, principalmente se o oxigênio estiver por perto. Por ser um enrustido, também desenvolveu uma personalidade perturbada. Quando resolve ser mau - adivinhem - sequestra três hidrogênios para formar um gás chamado de estibina, quase tão capaz de fazer viúvas quanto a já citada arsina.

Bismuto: Este tem uma personalidade mais bem resolvida que o antimônio, por se comportar realmente como um metal, apesar de ser ainda meio fajuto por sua baixa capacidade de formar fios ou chapas, ao contrário do ferro, alumínio, zinco, cobre, ouro e outros. Na verdade, também é um bissexual, preferindo os não-metais. Está sempre presente nas ligas metálicas fáceis de derreter, como o metal de Wood, usado nos fusíveis das redes elétricas. Ao contrário dos outros, é usado em medicamentos para salvar vidas, e não tirá-las. Este metal não nega ser participante do grupo, pelo menos num aspecto: o hábito de sequestrar três hidrogênios para formar uma substância gasosa (neste caso um líquido em baixa temperatura) chamada de bismutina (ou bismutano). Felizmente, ele não consegue segurar o hidrogênio por muito tempo, para sorte dos seres viventes. 

Ununpentium: Por fim, temos um elemento de número 115 ainda sem nome e artificial. Só se pode afirmar, com certeza, que é um metal bissexual, como o bismuto, mas não se sabe exatamente como ele vai se comportar, nem se vai adquirir o vício de pegar três hidrogênios para fazer mais um gás com nome terminado em "ina" capaz de matar todo mundo. Talvez nem isso seja preciso para ele ter a má fama dos outros elementos da família, devido ao fato de ser radioativo.

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