sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Da série 'Tabela Periódica como você nunca viu', parte 3, ou 'Por que chamam de grupo do boro e não do alumínio'?

O próximo grupo é a chamada família 3A, composta na maior parte de metais que, no seu envolvimento com os não-metais, acabam perdendo três elétrons. Por ter essa quantidade de elétrons, acabam sendo muito promíscuos, isso quando não resolvem variar as relações, já que praticamente todos tem tendências bissexuais muito acentuadas. 

Este é o chamado "grupo do boro", mas o alumínio é o mais conhecido de todos. Do boro, só se conhece a água boricada e o ácido bórico. Quase ninguém viu na vida o jeitão do boro. Só porque ele é o que aparece mais em cima da tabela periódica, o grupo tem de ser batizado assim. Para piorar, a criatura é um não-metal. 



A seguir, as características desse grupo: 

Boro: É o elemento que batiza o grupo, mas este é um não-metal e tem comportamento muito esquisito. Só gosta de relações quando está com os amigos não-metais. Ou seja, para fazer sexo com um metal, precisa ser com o oxigênio ou outro não-metal, senão nada de relação. De vez em quando ele concorda em sair sem outra companhia com um metal, mas a relação (chamada de "boreto") é um chove-não-molha tão enjoado que deveria ser chamado de "boloreto". O boro não gosta de dar três elétrons, pois ficaria só com dois. E ao mesmo tempo não quer cinco elétrons, pois não tem tesão para isso. Ele é chamado, muitas vezes, de semi-metal, embora os poucos gatos-pingados que o tenham visto em estado quase puro neguem que ele tenha aparência metálica. Para ver, clique aqui

Alumínio: Este é o mais conhecido e popular de todos. É um depravado de marca maior. Adora troca-trocas com o oxigênio, mas o resultado da relação (o óxido de alumínio) impede maiores aventuras. Gosta dos halogênios, e quer logo três deles de uma vez, pois gosta de doar seus três elétrons na última camada. Ao mesmo tempo, aprecia variar o cardápio, saindo com o sódio ou o potássio, ou outro metal alcalino, para fazer surubas loucas, pois sempre precisa ter um não-metal no meio. Esse metal detesta ficar sem companhia e muitas vezes forma ligas com outros metais. É superabundante, e está presente nas panelas, carrocerias de veículos, peças mecânicas, condutores elétricos, pedras preciosas (ui!), semipreciosas, não-preciosas, vagabundas, enfim, em toda parte. 

Gálio: Como o alumínio, o gálio é um pervertido que gosta de não-metais e de outros metais. Porém, ele não tem a mesma fama do seu primo famoso. Só se lembram dele quando estudantes o colocam na mão para vê-lo derreter, pois esse metal esquisitão funde a 29 graus Celsius. Na engenharia ele é mais conhecido, como componente do semicondutor arseneto de gálio, numa relação ambígua com o venenoso arsênio, um elemento muito indeciso que não sabe se é metal ou não. 

Índio: Só se lembram dele quando estudantes inventam um composto que não existe chamado de "cupreto de índio" (termo odiado pelos adeptos do politicamente correto, pois isso para eles é preconceito racial). Este elemento presente em nossas matas é difícil de encontrar. Geralmente está se engraçando com um não-metal, ou mais raramente interagindo com grupos de metais e não metais para uma suruba verdadeiramente selvagem. Ao contrário dos habitantes humanos que levam esse nome, que precisam ser durões e valentes para sobreviverem na floresta, é um elemento mais mole que Macunaíma, fácil de derreter e principal componente do metal de Field, usado em fusíveis para derreter diante da menor sobrecarga elétrica.

Tálio: O tálio é um caso curioso nessa família de metais bissexuais. Não gosta muito de outros metais por perto, ele nitidamente prefere os não-metais para se envolver mais intensamente. Porém, ninguém gosta muito dele, por ser muito venenoso e peçonhento, tanto é que os raticidas tem esse metal na composição. Toda essa amargura, dizem, é porque o tálio é um enrustido, louco para participar das mesmas festas dos seus familiares alumínio e gálio, mas que não vai para não dar pinta. 

Unúntrio: Elemento artificial, ou seja, inventado pelos físicos e químicos, ainda não tem um nome decente. Até a IUPAC, o órgão que dá as regras na Química mundial, se decidir, vai ter de aguentar esse nome ridículo, derivado do número 113, por ter 113 prótons. Pior é ser chamado de "eka-tálio". Deve ser um metal bem revoltado e que posa de machão, como o tálio. 


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