sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Uma semana depois, a celeuma continua

Continua a repercutir o "beijo gay" da novela das 9 que terminou há uma semana, Amor à Vida

Menos porque a atual, Em Família, é considerada uma trama sem graça que não compensa o uso do dramalhão exagerado (usado também na novela anterior), e mais porque a Globo costuma proibir a veiculação de cenas assim, consideradas ofensivas à maioria dos telespectadores.

Mostrada na trama de Walcyr Carrasco, militante da causa LGBT, a cena parecia até inocente se comparada com os beijos dados publicamente em alguns locais das grandes cidades, como São Paulo e Rio. Em boa parte das cidades do interior, mais tradicionalistas, só pensar em fazer isso já rende escândalos e fuxicos de todos os habitantes. 

Já os evangélicos, fiéis à sua visão da doutrina cristã, continuam a amaldiçoar a Globo por ter divulgado uma cena considerada por eles tão ofensiva à moral. Boa parte dos católicos também se escandalizaram. O clima hostil à "ousadia" ainda não arrefeceu.

Por outro lado, a imprensa não cansou de repercutir. Não teriam a mesma reação se a militância gay não fosse tão atuante, o mercado consumidor formado pelos homossexuais não fosse tão expressivo e se um dos personagens envolvidos não fosse o grande protagonista, Félix, que começou como um vilão afetado e ao mesmo tempo invejoso e sedento de poder, e foi se redimindo na trama. Mateus Solano, intérprete desse anti-herói, passou a ser considerado um dos grandes atores da nossa época.

Este acontecimento parece ter fôlego para ser o assunto do momento. Pena que existem outros ainda mais dignos de escândalo e revolta, como as artimanhas do ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, recentemente preso na Itália por falsidade ideológica, usando dados de seu irmão falecido, Celso Pizzolato. Ele ainda teve o descaramento de dizer que sofre "perseguição política", argumento dito por todos os investigados por politicagem e crimes contra o patrimônio público. O fato dele ter planejado a fuga para a Itália desde 2007, aproveitando-se da sua dupla cidadania, agrava ainda mais a situação para ele. Naquele ano, as investigações sobre o mensalão ainda engatinhavam. 

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