segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Não há Ebola no Brasil... ainda

O segundo resultado do refugiado guineense Souleymane Bah deu negativo para o Ebola, a moléstia para a qual não foi encontrada cura e está sendo comparada à AIDS e à peste negra. 

Isso aumenta as probabilidades da doença ainda não ter se adentrado em território brasileiro, mas lança um alerta: nosso controle sanitário ainda é extremamente falho. 

Caso a doença se espalhar por aqui, encontrará um terreno muito favorável. Nosso sistema de saúde, já abaixo de qualquer crítica, estará paralisado. Veremos algo não igual, mas semelhante ao cenário dos países atingidos: Guiné, Serra Leoa e Libéria, no oeste do continente africano. 

Nenhum país está totalmente a salvo desta nova ameaça. Até mesmo nos EUA já houve uma morte, de um liberiano refugiado, Thomas E. Duncan. Um enfermeiro foi contaminado e está em tratamento. 

Mesmo com o Ebola ainda longe do Brasil, qualquer informação sobre a doença é valiosa, enquanto não se descobre uma vacina. 

Sangue, saliva, esperma e outros fluidos corporais são veículos de transmissão da doença, cujo período de incubação varia entre 5 a 12 dias, dependendo da forma. A possibilidade de se pegar a doença por via indireta (por exemplo, quando se manuseia um objeto tocado por um doente) parece ser muito remota. 

Pelos sintomas iniciais - febre, dores de cabeça e garganta, fraqueza, olhos avermelhados - é difícil haver um diagnóstico preciso. É fácil confundir com dengue ou gripe. A fase crítica da doença, com maior probabilidade de contágio, envolve problemas no fígado e nos rins, vômitos, diarreia e, em certos casos, hemorragias. Sem tratamento, o índice de letalidade pode variar, em função do tipo de vírus e das condições clínicas do paciente, podendo chegar a 90%. Nações com deficiências em infra-estrutura médica são extremamente vulneráveis. É o caso dos países onde a epidemia ataca - e também do Brasil. 

Cabe ao governo redobrar os esforços para evitar a chegada da doença ao Brasil. Para a nossa sorte, o refugiado da Guiné não está com a doença, mas outras pessoas vindas dos territórios infestados virão. Sem o devido preparo, estamos condenados. 

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