domingo, 26 de outubro de 2014

Segunda chance para Dilma

Depois de uma eleição marcada por ataques repulsivos e despropositados, finalmente o Brasil pôde votar. 

Resolveram dar uma nova chance ao PT de Dilma, apesar da destruição da Petrobras e das denúncias feitas pelo doleiro do esquema, Alberto Youssef, além de outros casos de corrupção política que ROUBARAM DESPUDORADAMENTE O NOSSO DINHEIRO. Isso, porém, não vai significar carta branca para o governo. 

Dilma Rousseff vai exercer o segundo mandato em 2015

Primeiro: a diferença de votos para Aécio Neves foi pequena: 51,6% contra 48,4% dos votos, em números aproximados; desta vez os institutos de pesquisa acertaram, tanto o Datafolha quanto o Ibope; vale lembrar que Dilma, nas pesquisas de toda a campanha, sempre esteve na frente, a não ser nos primeiros dias do segundo turno, quando Aécio ficou com 51% segundo o Datafolha. 

Segundo: muitos eleitores se abstiveram e eles tanto poderiam anular a reeleição de Dilma quanto legitimar ainda mais a vitória caso comparecessem às urnas; de qualquer forma, isso mostra que o PT foi eleito por uma minoria dos eleitores. 

Terceiro: o PT perdeu no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul, e só tem um Estado no Centro-Sul inteiro onde o governador é do partido: justamente Minas Gerais, a terra onde seu oponente eleitoral Aécio Neves governou por dois mandatos e fez o sucessor, Antônio Anastasia; os petistas dependem mais do apoio do Nordeste e do Norte e menos das outras regiões. 

Quarto: o Congresso Nacional está fragmentado em mais partidos, sendo que o PT e seu maior aliado, o PMDB, perderam vagas: atualmente, são 88 deputados petistas e em 2015, serão 71, segundo o portal G1; o número de peemedebistas cairá de 71 para 66; por outro lado, cada um dos dois partidos perdeu uma vaga no Senado, passando a ter 18 membros do PMDB e 12 do PT. 

Para um cenário assim, o PT dificilmente irá conseguir impor certas ideias, como a tal "regularização da mídia", sem tenaz e firme resistência da oposição e da imprensa, principalmente a do Sul, do Centro-Oeste e do Sudeste. Certamente terão que adotar medidas mais racionais para lidar com a economia, se não quiserem ver o Brasil entrar numa mistura fabulosa de recessão com inflação, e prejudicar o combate à miséria. Precisarão tentar fazer as pessoas esqueceram a artificial divisão entre ricos e pobres durante a campanha, contando com a ideia pré-concebida da "memória curta". Porém, não vão conseguir calar as vozes discordantes, que prometerão atuar com mais firmeza e coragem do que nestes 12 anos de governo petista.

O Brasil não vai acabar. Este país não foi derrotado porque um ou outro ganhou, mas terá de aprender a não deixar que o eleito atrapalhe seu caminho para o progresso e a dignidade de todos os cidadãos, ricos ou pobres, e para garantir seu lugar neste planeta. 

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