quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Cantareira sai do volume morto

Devido às chuvas mais fortes e regulares, à conscientização do paulistano em geral que passou a economizar água, e às medidas do governo do Estado e da Sabesp (apesar das ressalvas e dos interesses em jogo), o sistema Cantareira saiu do volume morto.

Os veículos de imprensa falam em 29,6%, mas isso considera as duas reservas que precisam de equipamento especial para serem aproveitadas. Na realidade, o Cantareira está nominalmente zerado.

Para haver progresso na normalização do sistema, os consumidores precisam continuar a economizar e evitar os desperdícios, tornando parte do passado hábitos como usar mangueiras para "varrer" as calçadas.

Por outro lado, tanto a Sabesp quanto o governo precisam de um planejamento sério para minimizar ou, caso isso for possível, zerar a possibilidade de haver nova crise no abastecimento. As obras de transposição do Jaguari-Cantareira são úteis para este período crítico, mas devem vir acompanhadas de outras medidas, como a proteção das matas nos entornos dos reservatórios, e um gerenciamento da água para evitar as perdas, controlar a poluição das águas e impedir a exploração excessiva desse recurso por grandes consumidores, como indústrias, propriedades rurais e aglomerados urbanos (como é o caso de parte da nossa cidade servida pelo sistema). Evitar a ocupação das margens dos reservatórios e a poluição destes também não será fácil, mas é fundamental.

Devemos tratar com mais zelo um bem precioso e vital, a água. Milhões de vidas e o futuro de uma das áreas mais industrializadas e dinâmicas do Brasil dependem disso.


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