Depois do rebaixamento da nota promovido pela agência Fitch, de BBB- para BB+ e ainda por cima com perspectiva negativa, o Brasil deixou oficialmente de ser considerado um bom lugar para investir.
A maior parte do mercado esperava por este desfecho, diante de uma administração que não se preocupa com o país e sim em manter-se no poder, e de representantes eleitos pelo povo mas interessados apenas nas benesses de seus cargos. Ninguém, nem governo, nem oposição, demonstra a mínima disposição para fazer propostas aceitáveis, a fim de reverter a queda do PIB, o aumento da inflação, a deterioração das contas públicas.
Isso, todavia, não poderá continuar. Novos rebaixamentos virão, e ninguém mais tem o direito de enganar os outros e a si próprios quanto à volta do grau de investimento: ele não voltará a curto prazo. A tendência é as agências de classificação de risco julgarem nosso país com crescente severidade, até uma mudança de rumo.
Dificilmente o governo, na sua pertinácia, fará algo para reverter os prejuízos contra os brasileiros. É bem provável que, enquanto estiver no poder, continue a ser um fardo para o país ao negar a realidade e se recusar a admitir seus erros. Enquanto isso, a CUT, o MST, o MTST e os partidos aliados do governo só se preocuparam em organizar uma reação aos "golpistas". Fizeram várias manifestações hoje, muito longe do que eles esperavam (comparáveis em número ao que se viu no domingo), também pacíficas e ordeiras, mas que representaram um tormento para quem estava voltando do trabalho de carro ou de ônibus, além de serem mais "anti-coxinhas" do que "pró-governo".
Por ora, não se vislumbra um perfil à altura dos desafios a serem enfrentados no quadro da oposição, que luta para dar prosseguimento ao processo de impeachment junto com parte do PMDB. Eduardo Cunha, que meteu medo no governo e permitiu o início desse processo, tampouco é visto como parte da solução - é muito mais um outro problema, por seu apego ao poder e ao envolvimento nos escândalos investigados pela Lava Jato.
Maior progresso, potencialmente, terá de vir do povo, mas ele está mal acostumado a esperar tudo dos governantes e/ou de alguma entidade onipotente e, além disso, está oprimido pela crise econômico-financeira, inflação altíssima, violência, aumento da miséria e pelas consequências de se ter um sistema educacional que não forma bons cidadãos, conscientes e produtivos.
Enfim, essa mudança de rumo pode não vir tão cedo, e estaremos sujeitos a toda sorte de infortúnios até lá.
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