segunda-feira, 11 de julho de 2016

A final da Eurocopa e do Grand Prix

Ontem, dois torneios esportivos terminaram. Um tem a ver diretamente com o torcedor brasileiro, que viu seu time ganhar mais um prêmio internacional e teve motivos de alegria para compensar tantos descalabros para suportar. Outro, bem mais divulgado, mostrou o duro embate entre um time franco favorito e um azarão, no torneio regional mais importante do mundo entre seleções nacionais.

No primeiro evento, o Grand Prix de vôlei, as meninas da Seleção encontraram-se com as velhas conhecidas americanas. Apesar do retrospecto favorável ao time verde-e-amarelo, o último Grand Prix disputado foi uma má lembrança: as americanas venceram e levaram o troféu. Desta vez, Natália, Sheila, Dani Lins, Jacqueline, Fernanda Garay e o resto do time tiveram de penar para não deixarem o forte time rival repetirem o feito de 2015. 

O primeiro set foi marcado por erros individuais, principalmente de Sheila, e as americanas venceram por 18/25. No segundo, as comandadas de José Roberto Guimarães jogaram bem mais sério e faturaram: 25/17. Os dois sets foram bem mais equilibrados: 25/23 e 22/25, este último afetado pelo nervosismo do time brasileiro. Porém, no tie-break, o time voltou a empolgar, e fechou o jogo com 15/9. Em Bangcoc, capital da Tailândia, o Brasil conquistou o décimo primeiro título do Grand Prix, prometendo mais emoção e alegria ao torcedor na Rio-2016.

 As meninas do vôlei tiveram de sofrer para derrotarem as sempre temíveis americanas...

... para ganharem o Grand Prix na capital tailandesa (FIVB)

Mais tarde, houve uma final bem menos equilibrada, desta vez no futebol. Na Eurocopa, a França teve o gosto de eliminar os atuais campeões do mundo e parecia ter a taça na mão. Portugal, um time bem mais limitado, tem como único grande craque Cristiano Ronaldo, às vezes ridicularizado por sumir em jogos importantes pela Seleção, diferente do que acontece no Real Madrid, onde há muito mais jogadores de destaque como Benzema e Bale. 

Tudo parecia encaminhado para o terceiro título da França, ainda mais com a lesão do astro português num choque violento com Payet, aos 23 minutos. A equipe de Portugal, que nunca ganhou uma Eurocopa e ainda sentiu o trauma de perdê-la em 2004, na final contra a Grécia, teve de se virar, e conseguiu. O esquema tático do técnico Fernando Santos funcionou bem, o goleiro Rui Patrício foi eficiente e até o zagueiro Pepe, temido mais pela torcida portuguesa do que pelos adversários por conta de seu destempero, desta vez não prejudicou com faltas violentas.

Quem acabou decidindo o jogo foi um reserva, Eder, no começo do segundo tempo da prorrogação. Nascido em Guiné-Bissau, ex-colônia portuguesa na África, é quase desconhecido fora da Europa. Joga no pequeno time de Lille, norte da França. O grande responsável pela façanha portuguesa recebeu estímulo e motivação de CR7, que passou a comandar o time no banco de reservas.

 Eder foi o autor do gol responsável pela conquista inédita de Portugal (Miguel Medina/AFP)

Eles tiveram de aguentar a pressão francesa até o fim, para poderem festejar a conquista inédita. CR7 aproveitou a premiação para mostrar o que sabe: aparecer diante das câmeras. Só poderia ter essa oportunidade graças ao time, exemplo de superação diante de um adversário superior que jogava em casa.

CR7 levanta a taça e finalmente conquista um título internacional pela Seleção de Portugal (Michael Regan/AFP)

O dia 10 de julho de 2016 vai ficar marcado para sempre na história da Seleção Portuguesa. Deve servir de lição para a Seleção da CBF, atualmente enfraquecida, desmoralizada e, também, dependente de um só craque. E a vitória das "meninas do vôlei" também pode induzir os marmanjos a valorizarem o verde e amarelo.

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