quinta-feira, 14 de julho de 2016

A morte de dois argentinos

Nesta quinta houve duas mortes: uma real e uma simbólica. 

A real, sentido principalmente pelos brasileiros, que o consideram mais filho de nossa pátria do que a maioria de nós, é a de Hector Babenco, autor de filmes memoráveis, como O Beijo da Mulher Aranha, Pixote e Carandiru, relatos desoladores da realidade contemporânea. O primeiro filme consagrou Sônia Braga no cenário internacional. O segundo mostrou a história terrível - e tornada real - de um menino entregue á marginalidade, interpretado por Fernando Ramos da Silva, assassinado em 1987, Já o último foi um retrato cruel dos presídios e de um episódio monstruoso: o massacre de 1992, inaceitável por mais que as vítimas fossem criminosos condenados. 

Babenco morreu de forma inesperada após um infarto. Tinha 70 anos, relativamente cedo para a nossa época.

 O argentino mais brasileiro se foi (divulgação)

No mesmo dia, houve uma morte, esta no sentido figurado: o Boca Juniors de Tevez, Lodeiro, Pavón e companhia tinha a missão de devolver os 2 a 1 sofridos no Equador contra o valente Independiente del Valle. A tarefa não parecia complicada, pois o jogo era na Bombonera, o temível "alçapão" dos xeneizes... mas esta fama não intimidou os visitantes. 

No primeiro tempo, Pavón abriu o placar, mas os equatorianos conseguiram empatar, com Caicedo (não é o da Seleção Equatoriana, que joga no Espanyol). Até aí, parecia tudo encaminhado, mas o sonho do hepta ruiu com Cabezas e, dois minutos depois, Angulo, com a colaboração do goleiro Orión. Lodeiro juntou-se ao seu colega e se tornou o vilão dos argentinos ao perder um pênalti. Pavón ainda marcou nos acréscimos, mas era tarde demais. O Boca, em plena Bombonera, teve o mesmo destino de seu arquirrival, o River Plate, também eliminado pelos equatorianos, merecedores de uma final inédita entre dois times que nunca ganharam a taça mais cobiçada das Américas. O outro é o Atlético Nacional da Colômbia, abordado na postagem anterior.  

O Independiente del Valle fez história e deixou a final da Libertadores sem argentinos ou brasileiros (David Fernández/EFE)

Foram dois acontecimentos inesperados, tanto quanto o horrendo atentado em Nice, na costa mediterrânea da França, acontecido também nesta quinta, bem no dia da Revolução que marcou a história do mundo para sempre. Este assunto vou abordar na próxima postagem. 

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