sexta-feira, 15 de julho de 2016

Terrorismo e golpe marcam a semana

Estava prestes a escrever sobre o ataque terrorista que matou mais de 80 pessoas na cidade de Nice, na Provença (sudeste da França) quando um golpe militar, no momento, segue em curso na Turquia. 

Não basta um sociopata atropelar e destruir vidas inocentes com um caminhão, durante as festas para comemorarem o aniversário da Revolução Francesa, outros grupos cometem violência, desta vez contra a ordem constitucional de um país, o mais ocidentalizado do mundo islâmico. 

É perda de tempo atribuir e justificar essas violências. Muitos tentam convencer, por motivos nem sempre lógicos, que o terror islâmico foi desencadeado por causas A ou B, e a culpa foi deste ou daquele grupo que foi oprimir um outro. Por outro lado, outros justificam a existências de golpes militares por atos X ou Y de governos considerados incompetentes e negligentes. 

Contra o terrorismo é inútil se limitar a apontar o dedo para fulano ou beltrano; é necessário agir. Colocar na cadeia os responsáveis, utilizar conhecimentos, informações e estratégias para impedir que novos inimigos da paz ameacem a vida de cidadãos desarmados. 

Contra os usurpadores da ordem legal é preciso um combate firme e persistente por parte das forças legalistas, tudo isso dentro dos limites impostos pela Constituição, pois se os governos em vias de deposição utilizam meios ilegais, igualam-se aos seus inimigos que os querem tirar à força. Se alguém quer combater um governo, deve fazê-lo de acordo com as regras do país e abster-se de violência contra terceiros. 

São atos indignos de fazerem parte do futuro de nossa humanidade. 


N. do A. (1): Se os organizadores dos Jogos Olímpicos estão se preocupando mais agora com o terrorismo, é um péssimo sinal. Demonstram ter mais apreço por publicidade e visibilidade na mídia do que pela segurança dos atletas e dos espectadores, e certas iniciativas como alertar contra certos tipos apontados como terroristas com base em estereótipos (comportamento nervoso, trajes inadequados, uso de mochilas) foram mal recebidas, como era de se esperar. 


N. do A. (2): No caso do processo de impeachment da ainda presidente Dilma Rousseff tudo está previsto na Constituição, com a preservação das liberdades públicas e garantindo o direito de defesa da governante afastada. Ou seja, não é preciso nem dizer que NÃO é golpe, ao contrário do que está ocorrendo na Turquia. 


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