segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Energias não só alternativas

Diante da atual crise energética causada pela dependência de poucas fontes - as hidrelétricas e a exploração de petróleo - houve maior incentivo para a exploração de outras formas de converter produtos vindos da natureza em energias aproveitáveis no Brasil. 

Uma delas é a energia solar fotovoltaica. No Sudeste, região com maior demanda por eletricidade, houve aumento de 40% no uso de células fotovoltaicas para ajudar a suprir as necessidades de consumo. Existe uma meta para converter a luz solar em 3,3 GWh de eletricidade até 2018, contra 359 GWh das hidrelétricas (segundo o Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2016). Ainda é pouco, mas isso reflete a tendência de se explorar mais algo vindo do Sol. O Brasil tem um potencial imenso, pois é o país que mais recebe luz do astro-rei no mundo.

A produção de energia eólica está prosperando no Brasil, principalmente no Nordeste (Albari Rosa/Gazeta do Povo)

Existem também os moinhos de vento, para a conversão da energia dos ventos em eletricidade. A energia eólica cresce vertiginosamente no Brasil: 77% entre 2014 e 2015 (Anuário Estatístico de Energia Elétrica 2016), e vai aumentar ainda mais. São 21 GWh até agora. Segundo a Abeeólica, a Associação Brasileira de Energia Eólica, os simpáticos moinhos, cada vez mais presentes em espaços abertos no Brasil, chegam a suprir até metade da energia elétrica em alguns pontos do Nordeste brasileiro, região que sofre com os efeitos da seca e, portanto, não pode explorar devidamente as hidrelétricas.

Quanto à biomassa, a exploração do biometano deixa de ser apenas uma curiosidade para ser real, principalmente para os carros já movidos a GNV, o gás natural vindo das fontes petrolíferas. Ainda é motivo de curiosidade, devido à matéria-prima: excrementos, lixo e todo tipo de dejetos, potenciais poluidores do meio ambiente convertidos em algo benéfico, substituindo os derivados de petróleo. O biometano é mais uma fonte vinda de recursos renováveis vindos direta ou indiretamente de seres vivos. O Brasil já tem muita experiência nesta área, desde a exploração da cana-de-açúcar para a produção de álcool combustível.

Ainda existe a polêmica em torno das usinas nucleares, também importantes para suprir uma demanda em crescimento. Este é o único setor dito "alternativo" que não consegue aumentar sua produção, devido aos altos custos de implementação e à dependência de elementos radioativos com certa taxa de pureza ou "enriquecidos". Os temores de acidentes com estas usinas ainda afugentam a opinião pública, mas casos assim são relativamente raros, mesmo considerando Fukushima em 2011 e um recente incêndio em uma usina na Normandia, norte da França, que feriu alguns funcionários. Prevê-se a construção de novas usinas, de acordo com o PNE 2050, o término da construção de Angra III, interrompido devido às investigações da Lava Jato em cima das irregularidades de contrato e dos desvios escandalosos de verbas, e o aumento nas atividades das já existentes - as famosas e difamadas Angra I e II.

É bom que variemos mesmo as fontes de energia, pois se prevê que o consumo no Brasil ultrapasse os 1.000 TWh (1 TWh = 1.000 GWh) já em 2040, segundo fontes como a FGV Energia (clique AQUI). Depender apenas de poucas fontes não é algo aceitável para nenhum país populoso como o nosso. 

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