Após um mês de governo, Trump mostrou as suas diferenças em relação ao antecessor Barack Obama, mas já começa a enfrentar frustrações.
Não é fácil governar a grande potência do Ocidente, como Trump está descobrindo (AP) |
Nos primeiros dias, ele começou a cumprir as suas promessas de campanha, consideradas extravagantes, liberticidas ou simplesmente inviáveis: quis impedir a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, construir o tal muro na fronteira com o México e "estimular" as empresas a fabricarem em território americano, por meio de sobretaxas em caso de transferir a produção em território estrangeiro. Também retirou os Estados Unidos do Tratado Transpacífico, um dos maiores acordos comerciais dos últimos tempos, e se prepara para extinguir o plano de saúde criado no governo Obama, o "Obamacare".
Tentou fazer o que quis, mas a Justiça o impediu de colocar o plano anti-imigração em prática e seus correligionários republicanos não gostam nada da maneira excessivamente informal de Trump tratar os seus aliados, como o premiê japonês Shinzo Abe e o canadense Justin Trudeau, com seus cumprimentos "joviais". A imprensa explorou à vontade as declarações dele sobre suposições como um atentado na Suécia causado pela falta de controle na imigração, o que irritou o governo sueco. Muitos políticos e não-políticos também não gostam do jogo dúbio com a Rússia, embora reconheçam certa necessidade dessa tática: o presidente americano vive elogiando o colega russo, mas continua a ameaçar o gigante se não avançar na questão da Criméia, território antes pertencente aos ucranianos. A mesma ambiguidade marca suas relações com a China, acusada de roubar empregos dos americanos e ameaçar a paz na Ásia, mas ainda considerada soberana sobre Taiwan.
Por enquanto, tudo isso gera mais barulho do que propriamente estragos para o resto do mundo. Trump vai acabar se habituando ao modus operandi na Casa Branca, e talvez ele modere suas posições (ou não).
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