quinta-feira, 16 de abril de 2020

Derrota da Nação?

Era esperada a demissão do ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, considerado pouco sincronizado com o pensamento do governo, principalmente em questões como o uso da hidroxicloroquina e o tipo de distanciamento social. 

Não deixa de ser uma derrota para o Brasil, pois ele não foi demitido por ser negligente ou por sabotar os planos do governo. Cometeu o "erro" de ser muito técnico e pouco político (a despeito de ter sólida carreira política como deputado do Democratas, ex-DEM, pelo Mato Grosso do Sul), mandando fazer os procedimentos de acordo com a ciência e os trâmites feitos por outros países, inclusive os Estados Unidos, e não concordar com a lógica subjetiva do presidente, mais preocupado com o estrago terrível na economia causado pela pandemia. 

Mandetta foi substituído por Nelson Teich, outro médico de perfil técnico, oncologista, defensor do distanciamento social, mas alguém mais acostumado com as cifras, por ter feito MBA em Gestão de Negócios pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais, conhecendo, já em 2006, o atual ministro da Economia Paulo Guedes. Foi presidente do Grupo Clínicas Oncológicas Integradas, e chegou a ser consultor do Hospital Albert Einstein. 

Nelson Taich (dir.) era cotado para assumir a pasta da Saúde desde 2018, quando Bolsonaro (esq.) foi eleito (Marcello Casal Jr./Ag. Brasil)


O primeiro pronunciamento de Teich, junto com Bolsonaro, não empolgou, mas é cedo para fazer uma avaliação, mesmo porque ele nem começou a trabalhar. As críticas a ele já começam a ser feitas, sobretudo por setores da mídia contrários ao atual governo, explorando falas como a prioridade dos adolescentes em relação aos idosos para tratamentos médicos. Mandetta já foi alvo das mesmas mídias, que o acusaram de irregularidades quando era secretário da Saúde no Mato Grosso do Sul. 

Não há muito a dizer contra o agora ex-ministro da Saúde na condução do combate ao coronavírus. Sem as medidas tomadas por ele e seus comandados do Ministério, e sua colaboração ativa com os governadores e os prefeitos, a pandemia estaria numa situação muito pior.  Para o bem do governo, Nelson Teich vai precisar continuar a tomar medidas para impedir o aumento do contágio, para não haver o esgotamento do sistema de saúde, e garantir a saúde dos médicos e enfermeiros, responsáveis pelo enfrentamento direto contra o inimigo dos brasileiros e dos outros habitantes deste planeta. 

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