quarta-feira, 29 de abril de 2020

O caso do Moto G8 e a bagunça no mercado de celulares

Nunca o mercado de celulares oferece tantos modelos, cada um deles verdadeiras mesclas de computadores pessoais, consoles de videojogos e câmeras fotográficas, capazes inclusive de fazerem ligações, como seus antepassados "tijolões" de 30 anos atrás. Aliás, esses aparelhos há bastante tempo deixaram de ser pequenos e muitos já estão com o mesmo tamanho daquelas traquitanas antigas, sendo difíceis de segurar com apenas uma mão.

Isso complica bastante a escolha, principalmente na faixa de preço em torno dos R$ 1.000,00, onde se concentra boa parte desses aparelhos. Apesar do encarecimento do dólar provocado pela atual crise mundial, ainda é possível encontrar modelos interessantes. Mas são muitos.

Só na Motorola, empresa que já foi americana e é agora dominada pela chinesa Lenovo, há vários modelos chamados de Moto G8. São os herdeiros do antigo "bom e barato" de sete anos atrás, o Moto G, que saía por volta de R$ 700,00 em 2013. Agora são quatro: G8, G8 Plus, G8 Power e G8 Play, todos com características diferentes e preços semelhantes. O Play é o mais barato, mas o mais fraco, o G8 Power tem mais bateria (5.000 mAh, contra "apenas" 4.000 mAh do G8 comum e do G8 Plus) e mais câmeras (quatro!), o G8 Plus "só" tem três, mas uma delas é mais forte, com 48 megapixels, e aí vai. O preço nem é tão diferente, sendo o G8 comum na faixa dos mil reais, o G8 Play um pouquinho mais em conta (mas também custando mais de mil principalmente no varejo físico) e os outros dois custando mais, às vezes por menos de R$ 1.200,00, em algumas lojas virtuais. Com exceção do Play, todos são equipados com 4 Gb de memória RAM e espaço de 64 Gb, como a maioria dos concorrentes diretos.

Para que simplificar as escolhas do usuário se podemos complicar?

Para piorar tudo, a empresa do "M" ainda lança mais um celular da mesma família, o G8 Power Lite, versão mais barata do G8 Power, misturando características também dos outros modelos, como as câmeras do G8 normal e um processador semelhante ao do G8 Play (Mediatek, enquanto os outros usam o Snapdragon 667). Ela ainda vende os G7, mais antigos, que diferem na aparência, com uma traseira sem tantas câmeras, mas as especificações e os preços são parecidos.

Antes, reclamavam da coreana Samsung por lançar tantos celulares com siglas J, M, A, S... mas pelo menos, a nomenclatura é diferente: A20, A51, M30, S10, J7, etc., etc.

Sua concorrente, como se pode notar, fez pior ainda, e ainda tem no seu portfólio as linha E, de celulares "baratinhos" ou "budget", e One, de aparelhos mais caros. E ainda vai lançar a linha Edge, para competir com os tops de linha, conhecidos como "flagships".

A vida já é complicada sem o mercado de celulares...

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