terça-feira, 7 de abril de 2020

Ecovias confessa

Em acordo publicado ontem, a concessionária Ecovias assinou termo de confissão ao Ministério Público de São Paulo, admitindo a existência de caixa dois, formação de cartel e pagamento de propina entre 1998 e 2015. 

A Ecovias confessou participar de esquema de corrupção que lesou gravemente os cofres públicos; muitos usuários da Imigrantes, incomodados com o valor do pedágio, já desconfiavam
Pelo acordo, a administradora do sistema Anchieta-Imigrantes compromete-se a pagar R$ 650 milhões, divididas em obras para serem feitas (R$ 450 milhões), redução de 10% no vagor de todos os pedágios controlados pela concessionária (R$ 150 milhões) e uma multa de R$ 50 milhões. Em troca, a Ecovias vai continuar tendo o direito de disputar futuras concessões nas rodovias paulistas. 

Os dois pedágios no sistema Anchieta-Imigrantes são dos mais caros do Brasil (R$ 27,40) e mesmo assim milhões de usuários são obrigados a passar por eles, por falta de alternativas; além disso, a administração não faz o suficiente para melhorar a segurança nas estradas por ela controladas; na Imigrantes e na Anchieta, é comum ver ciclistas na contramão e bandidos que atacam os motoristas e outros usuários, por meio de assaltos a mão armada, arrastões e outros delitos. 

Este episódio também atinge os governos paulistas entre 1998 e 2015. Mário Covas já é falecido, quando o esquema de corrupção começou, mas os outros dois (Geraldo Alckmin e José Serra) terão mais problemas jurídicos para resolverem. 

O Ministério Público investigava a Ecovias desde 2018, quando ela fez acordo parecido com o governo do Paraná. 

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