segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Como estão os competidores da corrida pela vacina

Existem muitas dúvidas a respeito das vacinas fabricadas por empresas britânicas, americanas e chinesas, e por laboratórios russos, não só quanto à sua eficácia - o item mais importante - mas pela segurança de uso e métodos empregados. 

Os pesquisadores envolvidos alegam ter publicado artigos científicos comprovando a utilidade de seus produtos para combater o flagelo mundial, responsável pela morte de centenas de milhares de pessoas e uma soma vultosa de prejuízos financeiros. Não faltam outros pesquisadores para contestarem os resultados. A priori, artigos científicos podem e devem ser contestados pela comunidade científica, mas muitos "especialistas" versados menos em ciência e mais em mídias sociais e vídeos para ganharem likes se dão ao direito de opinar, com a convicção típica de quem está a falar de uma partida de futebol. 

Infelizmente, isso parece outro tipo de jogo, e também movimenta bilhões de dólares, euros, rublos e yuans. Quem terminar as candidatas a vacina primeiro ganha dinheiro primeiro, das pessoas dispostas a correr riscos para conseguirem uma imunidade contra o vírus, dos governos dispostos a comprá-la e de outras empresas e instituições envolvidas nos projetos. 

Devemos temer a vacina? Será que ela vai criar mais um problema no lugar de se tornar uma solução para a pandemia?

O governador de São Paulo João Dória anunciou a vinda de cinco milhões de doses da CoronaVac, do laboratório chinês Sinovac, para outubro, após a verificação dos efeitos do produto nos voluntários, todos profissionais de saúde, durante a fase 3. A Sinovac usa o método mais arriscado: vírus mortos ou atenuados do próprio coronavírus. 

Dificilmente a vacina da AstraZeneca e da Universidade de Oxford, considerada a mais confiável pelo Ocidente, ficará pronta antes, pois está terminando a fase 2, após atrasos provocados por uma reação não desejada em uma única pessoa. Serão distribuídas 100 milhões de doses até dezembro deste ano ou início de 2021. Usa como antígeno, agente provocador das reações imunológicas no organismo, vírus mortos causadores de gripe comum em chimpanzés, modificados com o RNA do causador da COVID-19. 

A BNT162, da BioNTech e da Pfizer, também está na fase 3 e promete produzir 100 milhões de doses até dezembro. Usa o RNA mensageiro, ou seja, fragmentos do código genético retirado do agente infeccioso em questão. 

A mais polêmica de todas é a Sputnik V, produzida pelo Instituto Gamaleya, da Rússia, já em processo de produção em maior escala. A revista britânica The Lancet aceitou publicar o artigo científico atestando a eficácia do produto, baseado no adenovírus humano modificado com espículas do coronavírus. 

Por fim, a última candidata a ficar disponível no Brasil algum dia, a ADS26.CoV2.S, da Janssen-Cilag (divisão farmacêutica da Johnson & Johnson), também está na fase 3, mas não há prazo para ser distribuída. Usa o RNA mensageiro como indutor para a produção de anticorpos no organismo. 

Enquanto elas não ficarem prontas, muitos as questionarão, apontando suposto uso de fetos abortados ou chips para implantação em pessoas, com o intuito de controlar suas vidas. Ou simplesmente um meio de provocar o extermínio das "cobaias", para a implantação da Nova Ordem. Ou qualquer outra ideia criativa,  com grau maior ou menor de veracidade e/ou paranoia, formulada por teóricos de conspiração. 

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