quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Suicídios incomuns

Suicídio é considerado um tema tabu em várias pessoas, por causa dos estigmas sociais. Quem tenta tirar a própria vida é visto como portador de transtornos mentais, usuário de drogas, fracassado na vida ou afastado da religião, causando traumas a familiares e amigos. Em todo caso, é uma causa importante de mortes violentas, principalmente em países desenvolvidos. 

 

Este mês é dedicado à prevenção deste mal, cujas causas são muito debatidas. Será que pais relapsos ou excessivamente rígidos podem enfraquecer a mentalidade de um jovem a ponto dele, ou dela, pensar em se matar? Ou a ausência de pais, constituindo famílias desestruturadas? Como minimizar os efeitos das drogas, do álcool, do isolamento social e da depressão, fatores importantes para o suicídio? 

O atual período de quarentena por causa da COVID-19 é visto como um agravante, e usado como argumento para acabarem com o distanciamento e os lockdowns em vários países. 

Contudo, este blog não vai se estender muito sobre o assunto, limitando-se a citar alguns casos de gente tomando essa decisão tão drástica.

Existem vários métodos para alguém se autodestruir. Alguns casos célebres são realmente incomuns e estranhos. 

Em 430 a.C., o filósofo e mistico grego Empédocles, autor de estudos sobre o amor e o ódio como motores da vida, jogou-se no monte Etna para ser venerado como um deus. 

Em 1671, o cozinheiro francês François Vatel matou-se com uma espada ao perceber que não havia peixes para o banquete da Sexta-Feira Santa, para Sua Majestade, o rei Luís XIV (o "rei-sol"). 

Em 1813, o general Androche Junot ficou transtornado após presenciar as derrotas do imperador Napoleão Bonaparte, e acabou se jogando da janela ao se hospedar na casa de seu pai; feriu-se, pulou um muro para tentar se matar de novo e quebrou a perna; ao ser resgatado, pegou uma tesoura e se desferiu vários golpes antes de ser contido e levado a um hospital, para morrer vários dias depois. 

Em 1932, a atriz galesa Peg Entwhistle morreu após subir na letra "H" do famoso letreiro de Hollywood e se jogar de uma altura de 14 metros.

Em 1958, o famoso músico baiano Assis Valente, deprimido, misturou formicida no guaraná e bebeu a mistura sentado numa praça.  

Em 1978, o matemático austríaco Kurt Godel se deixou morrer de fome por não aceitar qualquer comida, após perder a mulher, que lhe preparava as refeições. Godel tinha medo de comer outras comidas, por medo de se envenenar. 

Em 1997, o roqueiro australiano Michael Hutchence se enforcou em sua casa; como estava nu, pensava-se que ele tinha usado uma técnica de masturbação chamada de "asfixia auto-erótica". O ator David Carradine, em 2009, morreu em decorrência disso, embora ele não quisesse tirar a própria vida. 

Atualmente, existem outros tipos bizarros de se matar, como saltar do Empire State Building (um dos prédios mais altos do mundo) ou gravar um vídeo no TikTok para registrar seus últimos momentos. 

Existiu a história de Li Bau, ou Li T'ae Po, poeta chinês do século VIII que, bêbado, se atirou no rio para alcançar o reflexo da Lua. Mas isso tecnicamente não é um suicídio. 


N. do A. 1: Ontem o famoso criminoso Elias Maluco, traficante de drogas e responsável pela morte do jornalista Tim Lopes, foi encontrado enforcado em sua cela no presídio de Catanduvas, interior paranaense, supostamente engrossando a lista de suicidas famosos do Brasil (o país tem uma taxa relativamente baixa de suicídios).

N. do A. 2: Felipe Neto sendo um dos dois únicos brasileiros influentes pela revista TIME - o outro é Jair Bolsonaro - não é motivo para ninguém se matar; o youtuber é conhecido por seus vídeos sem noção e seu posicionamento crítico em relação ao governo, sendo lembrado inclusive pelo polemista Olavo de Carvalho, que o chama de "Felipe Feto" por seu comportamento supostamente imaturo; os olavistas gostam de mostrar o influenciador imitando uma foca, após o irmão mais novo Lucas Netto fazer uma imitação semelhante num shopping center.

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