quarta-feira, 2 de junho de 2021

Será que a baunilha é baunilha?

Sabe-se que a baunilha usada nos bolos e nos sorvetes não é obtida da vagem da planta chamada baunilha, ou Vanilla planifolia, uma orquídea rara de Madagascar, sendo matéria prima cara demais - 1 ktg de vagens para a obtenção da vanilina, o princípio ativo do condimento para doces, custa algo em torno de 500 dólares - e portanto impossível de ser empregada em larga escala. 

A essência de baunilha, definitivamente, não utiliza as vagens da orquídea chamada baunilha (Celestial Garden/Reprodução)

Por isso, correm rumores de uma origem bem diferente, digamos, para produção da vanilina: o castóreo, extraído das glandulas anais de castores. Será mesmo?

Apesar dessa história ser divulgada amplamente na Internet, obter o produto dessa forma também sairia muito caro, e envolveria a matança de uma grande quantidade dos roedores encontrados no Hemisfério Norte. 

A matéria-prima para a deliciosa essência é o guaiacol, um álcool obtido a partir da metilação do catacol, componente do alcatrão de certas madeiras, como o eucalipto. Ou seja, é mais provável que utilizem madeira queimada malcheirosa. Pelo menos é melhor do que algo ainda mais fedorento retirado do traseiro de animais - para alívio dos veganos. 


N. do A.: No Iêmen, país da Ásia Ocidental devastado pela guerra civil, foi encontrado o cadáver de um cachalote, animal marinho cujo vômito é uma fonte do "ambar gris", material valioso usado - comprovadamente! - para a fabricação de alguns perfumes finos. Os pescadores que localizaram o corpo do cetáceo não perderam tempo e tiraram de suas entranhas cerca de 125 kg da substância, avaliada em cerca de US$ 1,5 milhão (ou 1,1 milhão de libras, segundo o jornal britânico Independent UK. Parte do dinheiro foi para famílias vulneráveis empobrecidas devido à guerra. 

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