O Brasil ultrapassa a marca das 500 mil mortes, uma tragédia abominável em todos os aspectos. Nada será capaz de consolar as famílias dos mortos, enquanto as autoridades perdem tempo em discussões político-ideológicas, trocando acusações e mostrando dificuldades notáveis em conciliar a proteção à saúde da população e a atividade econômica.
Nem tudo é negligência ou omissão. Os profissionais da saúde do Hospital Santa Lydia, em Ribeirão Preto, estão finalmente utilizando os modelos INSPIRE, respiradores projetados pela Escola Politécnica da USP, a Poli, agora autorizados para uso. A cidade é uma das mais afetadas pela pandemia, e estaria a ponto de mergulhar no lockdown, se não fosse o empenho das equipes médicas.
O INSPIRE contribui para salvar muitas vítimas da COVID-19 (Erika Yamamoto, pelo Jornal da USP) |
A fabricação dos respiradores teve alguns problemas, devido ao aumento do custo dos insumos e a necessidade de se sujeitar aos trâmites burocráticos, para conseguir o registro na Anvisa. O custo dos respiradores ficou em torno dos R$ 5 mil na versão final, sem considerar os impostos como o ICMS, porém ainda vai ficar significativamente mais barato do que os ventiladores mecânicos importados, cujos valores ultrapassam os R$ 20 mil.
Aos poucos, cresce a requisição dos INSPIRE, inclusive em outros Estados, como Paraná, Rio de Janeiro, Mato Grosso e Pernambuco. Para construí-los, a Poli recebe a colaboração da Marinha.
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N. do A.: Enquanto isso, o presidente Jair Bolsonaro continua a sua guerra contra a imprensa, destratando uma repórter da Globo e chamando a emissora de canalha. Sobrou para a CNN Brasil, criticada por sua cobertura das manifestações de sábado, que mais uma vez reuniu milhares de pessoas, insatisfeitas com o governo Bolsonaro e muitas delas desejando a volta de Lula; eles culpam o governo pelo atraso na vacinação e pelas mortes, mas fazem isso enquanto se aglomeram. É um sinal do crescente descontentamento de parte da população, enquanto o governo administra a crise da pior maneira possível, só contribuindo para fazer o que todo dirigente latino americano típico faz: matar os pobres de fome e os ricos de raiva (parafraseando Carlos Lacerda) enquanto a COVID-19 não escolhe classe social para isso.
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