Não havia como acreditar num gesto "revolucionário" dos jogadores e da comissão técnica contra a decisão da Conmebol de transferir a Copa América para o Brasil após a Colômbia e a Argentina se mostrarem sem condições de sediarem o evento.
A mídia fingiu entusiasmo e a Rede Globo não escondia seu despeito por não ter os direitos de transmitir os jogos, e sim o SBT. Jair Bolsonaro teve parte ativa neste espetáculo e teria até falado com Rogério Caboclo, presidente da CBF, sobre a substituição de Tite por Renato Gaúcho ou outro técnico por sua postura a favor do "motim" dos jogadores. Se avançasse além disso estaria interferindo na entidade, algo proibido pela Fifa.
No final, o elenco frustrou quem gostaria de ver algum "gesto grandioso" e lançou um manifesto mal redigido mostrando sua contrariedade com a Copa América no Brasil em meio à pandemia. Pensaram mais em seus egos do que nas vítimas da COVID-19. Nem uma criança que estivesse começando a torcer pela Seleção acreditaria em algo diferente.
O único efeito concreto deste enredo foi o afastamento de Caboclo da presidência da CBF, mas não por iniciativa dos jogadores ou da comissão técnica, mas por uma ex-funcionária que o acusou de assédio moral e sexual. Somando as gravações segundo as quais o dirigente mostrava pouco respeito até pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, e o seu comportamento destemperado ao falar com os jogadores, sua imagem está arruinada e sua volta não dependerá dele, mas de alguma maquinação de Marco Polo Del Nero ou Ricardo Teixeira, ex-presidentes da CBF e ainda muito influentes.
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