Poucos dias após anunciar o fechamento da Ceitec, o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada, instalado no Rio Grande do Sul, o governo federal cumpriu sua promessa, sob consternação dos funcionários. O ato aconteceu no último dia 5, mas ganhou destaque somente agora.
Concebido no fim do século passado, a estatal ganhou forma durante o governo Lula e foi inaugurada em 2008, com a esperança de desenvolver a tecnologia nacional para os semicondutores. Apesar do empenho de seus gestores, a empresa foi sempre deficitária, e seus chips eram empregados basicamente em rastreamento de animais, além de um projeto para uso em passaportes eletrônicos.
Era a única fábrica do gênero cuja matriz se situava no Hemisfério Sul. Até mesmo a Austrália não tinha nada semelhante, dependendo quase totalmente de componentes estrangeiros.
A situação piorou com a crise do governo Dilma, destinando menos verbas para a pesquisa, e chegou a um limite no atual governo. Havia a possibilidade de privatizar a Ceitec, mas isso foi descartado. Também houve rumores de corrupção entre 2010 e 2016, desviando verbas para enriquecer alguns poucos, e isso foi investigado pela Polícia Federal, durante a Operação Silício, em outubro de 2020. Ainda não houve uma conclusão do caso.
Muitos pesquisadores lamentaram o fechamento da Ceitec (Divulgação) |
N. do A. 1: Enquanto isso, todas as fábricas de semicondutores estão com a produção comprometida devido à pandemia de COVID-19, prejudicando toda a indústria, cuja dependência dos circuitos integrados é crescente.
N. do A. 2: Era para postar algo da série "Filósofos estudam o Brasil", abordando o pensamento de São Tomás de Aquino.
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