terça-feira, 31 de maio de 2022

Pautas para junho?

O blog bem que precisa abordar assuntos diversos, não se prendendo às pautas mostradas pela mídia. 

Será necessário abordar mais notícias boas, ciência, livros, cultura e outros temas edificantes, para não ficar preso às notícias ruins, política, guerra, economia, futebol, coronavírus (que está voltando a matar mais, fazendo a prefeitura e o Estado decidirem, novamente, recomendar o uso de máscara em quaisquer lugares fechados) enfim, assuntos colocados aqui em abundância, às vezes meros comentários sobre algo já publicado na imprensa e nas redes sociais. 

Por enquanto, algumas séries serão continuadas. Espero não escrever nada sobre o Mondo cane, a não ser para algo interessante. Em junho, com certeza, haverá a continuação da série sobre os quadrinhos, mas a Era Moderna é muito longa e complexa, precisando de um tratamento diferente das outras épocas. Em breve, farei uma publicação. Aguardem. 


N. do A.: O mundo artístico fica mais triste com a morte do ator Mílton Gonçalves, um dos mais respeitados do Brasil, conhecido por seus trabalhos nas novelas da Globo, nos filmes e também na vida política. Ele também se destacou na luta contra o racismo. 

segunda-feira, 30 de maio de 2022

Chuva de meteoros

Para o desgosto de quem quer ver a humanidade deixar de sofrer de uma vez por todas com enchentes devastadoras, guerras, coronavírus e aumentos galopantes de preços, nesta madrugada não cairá um meteorito gigante, mas uma série de pequenos fragmentos. 

Desde 1833, não houve uma tempestade de meteoros tão intensa como a que logo estará para cair. O espetáculo, porém, vai ser mais intenso na madrugada, principalmente na região Norte, onde espera-se uma queda de até 57 mil meteoros por hora. Por aqui em São Paulo, cairão por volta de 25 mil por hora, e só uma pequena fração disso será visível nas grandes cidades. Astrônomos da NASA batizaram o fenômeno de Tau Herculidas. A origem destes fragmentos está no cometa 73P/Schwassmann-Wachmann 3 (SW3). 

Com sorte, é possível verificar alguns riscos no céu durante a madrugada (NASA)


N. do A. 1: Em Pernambuco, o pessoal não quer saber dessa ou de qualquer outra chuva, como a do fim de semana. Até agora, 91 pessoas morreram. O presidente Jair Bolsonaro foi até Recife para verificar os estragos. 

N. do A. 2: Esta é a segunda postagem com a tag "Espaço" neste mês, e a terceira no ano. Artigos sobre objetos espaciais e fenômenos astronômicos andam mais frequentes por aqui, tudo para evitar repetir temas mais frequentes, motivados muitas vezes pelas (desastrosas) atividades dos terráqueos. 

sábado, 28 de maio de 2022

Mais uma vez Real!

Este blog gostaria de registrar algum time capaz de vencer o Real Madrid numa final de Champions League, mas não foi desta vez. O Liverpool até tentou, mas desperdiçou muitas chances. Foi castigado com o gol de Vinícius Jr. e poderia ter perdido num placar ainda maior se o juiz não tivesse anulado o gol de Benzema no final do primeiro tempo, em lance duvidoso. 

O jovem Vinícius Jr. foi criticado e ridicularizado por aqui por não decolar no início de sua trajetória no time merengue, após ser vendido pelo Flamengo. Também o goleiro Courtois não era bem cotado, visto como irregular. Porém, ambos foram os responsáveis pela décima quarta conquista do maior vencedor da Champions. 

Vinícius Jr. calou aqueles que o apelidavam de "Neguebinha" e poderá repetir a dose na Copa, caso jogar de acordo com o seu desempenho na Champions (AFP)

Eles foram os protagonistas de uma campanha onde o time não era visto como o "bicho papão" de outros tempos, mas isso começou a mudar quando enfrentou as "pedreiras" do caminho: o PSG nas oitavas-de-final (que tinha Mbappé, Messi e... Neymar) e três times ingleses, os mais perigosos: Chelsea nas quartas, Manchester City nas semifinais e o Liverpool na grande final no Stade de France. 

A campanha do vice inglês também não foi muito tranquila, e eles sofreram com o Benfica nas quartas-de-final e o Villareal na semifinal. Antes, despacharam a tradicional Internazionale. Antes da derrota na final do torneio, eles já haviam amargado o vice na Premier League, ganha pelo Manchester City. 

Agora, ambos diminuirão o ritmo, mas só o time de branco vai para o Mundial, onde quase nunca sai sem o maior dos troféus. 


N. do A.: O Palmeiras está sonhando em ir para o Mundial, e para isso irá enfrentar o Cerro Porteño na Libertadores, em sorteio definido ontem. O Atlético-MG poderá estar no caminho do Verdão nas quartas-de-final, e tentar estragar o sonho do tricampeonato seguido na competição, mas ainda tem o Libertad para enfrentar. E o Corinthians vai jogar novamente com o Boca Juniors (ambos estavam no mesmo grupo, e tiveram campanhas pouco convincentes). 

quinta-feira, 26 de maio de 2022

Ainda sobre a PEC da "faculdade pública paga"

Há um burburinho imenso sobre a PEC 206/19, elaborada pelo deputado General Peternelli (União Brasil-SP), que não foi votada no último dia 24. Assim, a proposta de emenda do artigo 206 da Constituição Federal irá permitir a cobrança de mensalidades aos alunos das universidades públicas, federais, estaduais ou municipais, salvo se houver comprovação de renda insuficiente. 

Entidades ligadas aos estudantes não querem saber de conversa acerca do tema, e irão continuar sua defesa da gratuidade. Parlamentares de oposição aproveitam para acusar o governo Bolsonaro de desmantelar a educação pública, embora boa parte dos apoiadores do governo não vejam isso como prioridade. 

Foi aprovada a criação de uma comissão especial sobre o tema, ainda sem data para entrar em vigor, e só depois disso haverá votação no plenário. 

Ocasionalmente, os veículos da chamada "grande imprensa" questionam a gratuidade nas universidades públicas, garantida pela Constituição (Folha/O Globo) 

Existem argumentos contra e a favor da medida, que não pode ser tratada como tabu. Os opositores veem isso como uma elitização ainda maior do ensino, tornando-o ainda mais inacessível aos pobres, enquanto os defensores querem a cobrança para quem pode pagar uma universidade, dizendo que os alunos, por serem adultos, podem trabalhar para custear as despesas, caso não puderem usar seus próprios recursos. Além disso, para os últimos, não seria justo ver o dinheiro dos impostos continuar a financiar estudantes de renda mais alta. 

De qualquer forma, a cobrança de mensalidades dificilmente custearia, isoladamente, as despesas operacionais das universidades, que precisam não só bancar o ensino, mas a pesquisa acadêmica; para isso, existem soluções já em vigor, como as parcerias com empresas, fundações e outras instituições. Já o problema da baixa porcentagem de estudantes de menor renda se deve aos problemas no ensino básico e médio, cuja qualidade é historicamente pior no ensino público em relação ao privado. 

Muito provavelmente, a PEC 206 será derrotada em futura votação, mas até lá haverá muito burburinho. E outras questões envolvendo a educação pública continuarão marginalizadas. 

quarta-feira, 25 de maio de 2022

Gostaria de abordar assuntos mais leves...

 ... mas o momento não permite!

Depois de tanta notícia ruim ontem, a ponto deste blog colocar novamente algo da série "Mondo Cane", e sem o tom tragicômico próprio dos artigos - na verdade, muito de trágico e pouco de cômico - seria necessário colocar alguma pauta leve. Entretanto, está difícil recorrer a isso sem abrir mão de um teor escapista, querendo se refugiar em algum tema fora de nossa dura realidade. Para conciliar isso, é necessário ter uma visão mais abrangente das coisas, combinando inspiração e criatividade. Há momentos onde isso acaba funcionando melhor. E hoje não vivo esses momentos. Mas eles chegarão. 


N. do A.: Por falar em escapismo, hoje foi o dia do "orgulho nerd", em homenagem à data de estreia do quarto filme de Star Wars (o primeiro a ser lançado, em ordem cronológica real). Os chamados "nerds", como são chamados as pessoas inteligentes mas com dificuldades no trato social, possuem os mais variados meios de se distraírem, de formas mais ou menos excêntricas e longe do cotidiano vivido pela maioria das pessoas, que preferem formas mais comuns de diversão, como baladas e passeios. 

terça-feira, 24 de maio de 2022

Da série "Mondo Cane", parte 75 - Dies Irae

Se alguém leu os portais de notícia e ficou assustado ou estarrecido, parabéns! Você é uma pessoa normal. 

Tivemos mais uma chacina dentro de uma favela no Rio de Janeiro, a Vila Cruzeiro. 24 foram mortos, e nem todos tinham antecedentes criminais. Ainda que fossem todos bandidos e tivessem reagido à prisão, isso mereceria uma investigação séria e sem passionalismo, mas a quantidade de mortos é suficiente para definir isso como um morticínio. 

Dentro da Procuradoria Geral da República, o procurador-geral Augusto Aras e o subprocurador Nívio de Freitas quase foram às vias de fato, como se fossem frequentadores embriagados de um botequim na Vila Cruzeiro, ou uma espelunca ainda pior, e não altas autoridades do Brasil. 

Em Taquarituba, interior de São Paulo, um psicopata sequestrou as enteadas de 5 e 9 anos e fez a polícia negociar a libertação delas, mas ele já as havia matado. 

Longe daqui, em Mariupol, na Ucrânia, encontraram 200 corpos debaixo de escombros, vítimas da implacável ofensiva russa. 

Jesse Koz, um brasileiro que viajava pelos Estados Unidos com seu cão, morreu em acidente junto com seu fiel companheiro. 

Talvez pior e mais deprimente do que tudo isso, é a ação de um atirador que matou 18 crianças numa escola do Texas. 

E ainda há outras notícias desagradáveis, como o PT acusar Sérgio Moro por ter supostamente causado estragos ao Brasil devido às ações da Lava Jato (seria cômico se não fosse uma amarga inversão de papeis), as ameaças de greves no transporte público aqui em São Paulo e uma PEC propondo a cobrança de mensalidades para os estudantes de universidades federais (o assunto é desagradável, mas este blog precisa tratar disso com seriedade, e isso será feito em uma próxima postagem). 

segunda-feira, 23 de maio de 2022

sexta-feira, 20 de maio de 2022

Pontos de vista

A respeito da visita de Elon Musk ao Brasil. 

Oposição a Bolsonaro (inclui a maior parte da imprensa): Elon Musk veio apenas para negócios e vai receber informações privilegiadas do governo brasileiro para expansão da SpaceX e da Starlink, sob pretexto de usar tecnologia para vigiar a Amazônia, que bate recordes em desmatamento. A visita guarda muitos segredos. 

Socialistas (parte mais radical do grupo acima): O sul-africano quer ganhar mais dinheiro, e os US$ 44 bilhões gastos na compra do Twitter serviriam para aliviar a fome no mundo. Além disso, ele é um negacionista que não acredita nas medidas contra o coronavírus. 

Bolsonaristas: A visita de Musk serve para mostrar que o Brasil não está isolado do mundo e não é um pária internacional, e ele irá saber da verdade sobre a Amazônia. Será uma oportunidade para o homem mais rico do mundo investir no Brasil, o mesmo que vai tornar o Twitter uma rede social para exercer a liberdade de expressão. 

O presidente brasileiro Jair Bolsonaro com o magnata Elon Musk durante o evento Conecta Amazônia. Comemore, ou receie, dependendo de sua ideologia política (Reprodução/Twitter)

Consumidores de revistas de fofocas: A visita ao Brasil serve como cortina de fumaça para encobrir as acusações de assédio sexual a uma funcionária da SpaceX. 

Teorico da conspiração (a favor de Musk): Musk e Bolsonaro estão fazendo negócios e vão unir forças para o Brasil integrar uma grande reação conservadora contra a ameaça globalista movida pelos seguidores de Marx, Gramsci, Adorno e outros vermelhos. 

Teórico da conspiração (contra Musk): O bilionário é um alienígena reptiliano e/ou possui recursos de sobra para manipular o mundo inteiro, e sua rede de negócios expande seus tentáculos para o Brasil. Ele faz parte de uma elite Illuminati que controla o dinheiro e o poder, e suas divergências com os globalistas é mero teatro. 

quinta-feira, 19 de maio de 2022

O inverno chegou mais cedo!

Temperaturas típicas de inverno estão assolando o Sul, o Sudeste e mesmo parte do Centro-Oeste, chegando a temperaturas bem próximas de zero em partes do Paraná e Santa Catarina. Aqui em São Paulo, onde as estações não são bem definidas ultimamente - mais quente entre outubro de abril, e mais frio entre abril e outubro - chegou a fazer 4,8 graus no dia 17, anteontem, em Engenheiro Marsilac, próximo à Serra do Mar, um dos pontos mais periféricos da capital paulista. 

Especula-se como será o inverno, de acordo com o calendário oficial. Muitos perguntam, em tom de brincadeira, se irá nevar. Quem não acha a menor graça são os moradores de rua, e alguns deles até perderam a vida. 

O frio castigou São Paulo e outras regiões nesta semana (Bruno Rocha/Enquadrar)


Por falar nisso, a cobertura acerca das eleições deste ano, da guerra na Ucrânia, da pandemia, das novas investidas de Bolsonaro para ganhar a reeleição e do casamento (ontem) do ex-presidente Lula também estão frias, sem muita repercussão. Mesmo o futebol, que ainda é visto como a paixão do brasileiro, está longe de despertar discussões acaloradas. E a Copa? Vai ser neste ano, mas nem parece...


quarta-feira, 18 de maio de 2022

Da série "Qual é a dos super-heróis", parte 6 - A Era de Bronze

Aproveitando mais um segredo de polichinelo revelado - a bissexualidade do Batman - este blog vai abordar a Era de Bronze, entre o início dos anos 1970 e o ano de 1985. 

Neste período, o Cavaleiro das Trevas voltou a se tornar sombrio e se afastou mais dos rumores acerca de sua sexualidade, mas ainda continua a ter o Robin como seu sidekick, além da Batgirl, a filha do Comissário Gordon, Bárbara. Durante a Era de Bronze, estreou um dos pontos altos da época na DC Comics: a formação mais conhecida dos Jovens Titãs (os Novos Titãs), um grupo já existente formado por jovens heróis. George Perez, agora recém-falecido, e Mark Wolfman, colocou o Robin para liderar novos heróis, como Estelar, Cyborg, Mutano e a sombria Ravena. Em 1984, Dick Grayson, já mais maduro e sem condições de continuar a ser o Robin, adotou a alcunha de Asa Noturna, afastando-se do Batman e passando mais tempo com os Titãs. Jason Todd, uma criança problemática e violenta, tornou-se o novo Robin, e isso traria consequências para a editora. 

Como destaque, também, a formação de novos Lanternas Verdes, incluindo John Stewart, um dos mais populares, e o briguento Guy Gardner. Temas sociais foram bem mais frequentes, principalmente nas histórias do Arqueiro Verde. Surgiram personagens como o ecológico Monstro do Pântano, os cavaleiros de Camelot 3000 e o Esquadrão Atari, aproveitando o sucesso dos videojogos.

Era o período dos famosos "Superamigos", a versão infantil da Liga da Justiça, que ainda lembrava a Era de Prata. Somente na última temporada (1985), os heróis ficaram mais de acordo com seus equivalentes nos quadrinhos. Também foi a época de seriados para a tevê baseados em HQs como Mulher Maravilha e O Incrível Hulk, além da série de filmes com o Superman, mas nenhum deles refletia os conflitos dos quadrinhos na época, sendo destinados a um público amplo e com conteúdo suavizado.

Neste período, a DC passou por várias "crises", envolvendo as várias Terras de seu multiverso. Essas crises não resolveram a bagunça reinante, e em 1985 Wolfman e Perez foram convocados para dar início à Crise das Infinitas Terras, marco do fim da Era de Bronze e o começo da Era Moderna, ou Era Sombria, para os detratores. Foi um choque, com a morte de vários personagens, como o Barry Allen (o mais querido e famoso dos Flash) e a Supergirl, e a alteração radical no passado de outros, inclusive o Batman, o Superman e a Mulher-Maravilha, cujas histórias foram "apagadas da existência" graças à terrível ação do vilão Anti-Monitor. Os heróis de outras Terras se viram forçados a ficar na Terra principal, que mudou o nome de "Terra 1" para "Nova Terra". Apesar da grandiosidade do evento, a DC permanece até hoje como uma bagunça, com idas e vindas de biografias fictícias e ressurgimento do Multiverso. Mas isso fica para a próxima postagem. 

Durante a Era de Bronze, os heróis puderam ter o "direito" de cometer erros crassos; o primeiro deles aconteceu em 1973, quando o Homem Aranha não conseguiu salvar Gwen Stacy (Marvel Comics)

A confusão não era muito menor na Marvel, onde coexistem várias realidades, equivalentes às Terras da DC. Um dos marcos da editora é o "What If", onde Uatu, o Vigia, conta versões não-canônicas dos diversos personagens da Casa das Ideias. Para a editora, a Era de Bronze começou com a morte trágica de Gwen Stacy, a namorada de seu principal herói, o Homem Aranha. Depois, surgiram personagens violentos e atormentados, os "anti-heróis", como Luck Cage, o Justiceiro, o Motoqueiro Fantasma e o Wolverine. Os X-Men tiveram a formação mais célebre, onde o "carcaju" baixinho e machão se juntou à poderosa Tempestade e o misterioso Noturno, além dos já antigos Cíclope, Jean Gray, Anjo e Homem de Gelo, todos sob o comando do professor Xavier. Os mutantes continuavam a ser perseguidos pelos humanos, e suas histórias ficaram mais tensas e complexas, principalmente sob os roteiros de um dos grandes quadrinhistas da época, Chris Claremont. Surgiram novas raças de extraterrestres, como os Shi'ar (cuja Guarda Imperial é uma versão "marveliana" da bem mais inocente Legião dos Super-Heróis da DC) e a Ninhada (insetoides inspirados no xenomorfo Alien). 

As histórias da editora de Stan Lee ficaram povoadas de vampiros, lobisomens e outros monstros, como Morbius. Por outro lado, ganhou mais diversidade racial, com os personagens negros e asiáticos (Shang-Chi, o Mestre do Kung Fu). Foram criados personagens cômicos, como o pato Howard e a irreverente prima de Bruce Banner, a Mulher-Hulk. Ao mesmo tempo, em 1982, Jim Starlin colocou uma das histórias mais tristes até então, A Morte do Capitão Marvel, onde Mar-Vell, o herói Kree, sucumbiu a um câncer adquirido por envenenamento de gás. Isso possibilitou a Mônica Rambeau, uma das primeiras grandes heroínas negras, assumir o nome de Capitã Marvel. 

Em 1984, a Marvel também tentou colocar ordem nas cronologias dos diferentes mundos, ao criar a raça dos Beyonders, dando origem às Guerras Secretas, onde heróis e vilões criaram grupos para lutarem entre si num lugar chamado Battleworld. Era o primeiro grande crossover envolvendo os principais personagens, causando mudanças como o uniforme preto do "Amigão da Vizinhança", dando origem à história dos simbiontes como Venom. Neste evento, também, o Doutor Destino consolidou-se como o maior vilão da editora. Antes dessa reunião com tantos heróis de histórias completamente diversas, a Marvel e a DC criaram crossovers inter-editoriais, colocando o Superman junto com o Homem Aranha e o Batman enfrentando a fúria irracional do Hulk. 

As Guerras Secretas tiveram um efeito semelhante à Crise das Infinitas Terras, com a Marvel tentando reformular histórias e causando ainda mais confusão nos leitores, tal como acabaria fazendo a sua "Distinta Concorrente". Graças a isso, a Era Moderna pode ser considerada uma grande série de acontecimentos desordenados. Isso será abordado melhor nas próximas postagens. 

Fora dos Estados Unidos, não fazia muito sentido falar em eras, mas na Grã-Bretanha, o inglês Alan Moore decretou o fim da inocência nas histórias de super-heróis em 1982, aproveitando um antigo personagem dos anos 1950 (correspondendo à Era de Prata se fosse americano), o Marvelman, para reproduzir uma história ainda mais verossímil, contando, da forma mais crua possível, como seria um mundo com gente superpoderosa. Marvelman era uma versão britânica de Shazam, e suas histórias originais eram ainda mais simplórias, mas na mão de Alan Moore, foi tornando-se um "super-homem" no pior sentido da palavra. Ele descobriu que seu passado foi manipulado por agentes do governo e um de seus ajudantes, o Kid Marvelman, cresceu e se tornou um supervilão, até morrer de forma bastante cruel nas mãos de seu antigo mentor. Em terras americanas, o personagem mudou o nome para Miracleman para não haver conflito com a Marvel (mais tarde, faria parte do imenso panteão da Casa das Ideias). Moore passou a colaborar com a DC, para continuar sua obra e fazer os quadrinhos se tornarem diversão para adultos, com V de Vingança e Watchmen, tornando-se um dos agentes da Era Moderna. 

terça-feira, 17 de maio de 2022

Fogão que dispensa gás

A criatividade de muitos brasileiros vem mesmo a calhar diante de combustíveis caros. 

Acadêmicos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) criaram um fogão movido a energia solar que dispensa o uso de gás. Não é a já tradicional energia fotovoltaica, usando painéis de silício, mas a velha sucata de metal, transformada em espelhos côncavos, no formato de antenas parabólicas, para concentrar a radiação solar em uma área limitada e aquecê-la, podendo cozinhar e assar. Para a estrutura, também foram usados pedaços de MDF (o "compensado" de madeira). Os pesquisadores testaram em lasanhas, pizzas, empanados e bolos. 

Segundo os criadores, o aparelho tem custo de produção comparável ao preço de um botijão de gás, em torno de R$ 150. 

Este projeto foi desenvolvido por alguns anos pela equipe do engenheiro Mário César de Oliveira Spinelli, de acordo com o Portal Solar. 

Os criadores do "fogão solar" disseram ter assado nove bolos de uma vez, mas ainda tem dificuldades para viabilizar a produção em maior escala (BBC)


N. do A.: Nem só notícias boas para as energias renováveis: também no Nordeste, está havendo conflitos entre populações e concessionárias de energia eólica, devido à falta de compensação financeira e o barulho gerado pelos moinhos. A região concentra a maior parte desses geradores, devido à constância no regime dos ventos, mas ressente-se de maior regularização e fiscalização, para evitar novos transtornos. 


segunda-feira, 16 de maio de 2022

Mais flexibilização

Em São Paulo, agora não é mais obrigatório utilizar máscaras em carros de aplicativos, como Uber e 99, assim como nos táxis. Continua valendo, porém, o uso para o transporte público, onde são formadas verdadeiras aglomerações ambulantes, em qualquer horário. 

Esta decisão está respaldada nos números da pandemia: o número de mortes está caindo no Brasil. As variantes ômicron, mais contagiosas, também são menos letais e predominam em todo o mundo. Além disso, as vacinas possibilitaram imunizar boa parte da população. 


N. do A.: Esta medida foi menos comentada na mídia do que a prisão de Paulo Cupertino, acusado de ser o assassino do ator Rafael Miguel, então com apenas 22 anos, em 2019, e de seus pais. A perseguição durou quase três anos, e Cupertino conseguia driblar a perseguição durante todo este tempo, até ser capturado. 

sexta-feira, 13 de maio de 2022

Sexta-feira 13 para quem investe em criptomoedas?

Investimentos em criptomoedas são arriscados em qualquer época do ano, devido a alguns fatores como a ausência de lastro, as restrições em determinados países e a vulnerabilidade a ação de hackers e programas malignos (vírus, ramsonware) pelo fato de serem valores financeiros virtuais armazenados em blockchains de segurança questionável e dependentes de aparelhos ligados à Internet. 

Lidar com as blockchains de qualquer criptomoeda - e não só o Bitcoin - virou um risco altíssimo nesta semana (Divulgação)

Por coincidência, todas as "moedas" estão sofrendo uma baixa brutal, logo nesta sexta feira de má reputação. Na verdade, os problemas começaram bem antes. O bitcoin, maior criptomoeda do mundo, havia chegado à sua máxima histórica em novembro, mas perdeu força e começou a despencar com a fuga de investidores em busca de ativos mais sólidos quando a Ucrânia foi invadida pela Rússia, em fevereiro. Tudo piorou com a tendência de alta da inflação nos Estados Unidos e no mundo inteiro. Agora está oscilando fortemente. 

Outras criptomoedas também estão em séria crise de confiança. Nesta semana, a criptomoeda Terra (LUNA) perdeu 97% de seu valor, devido a uma falha no protocolo, gerando uma série de desconfianças. A moeda Ethereum também foi contaminada e atingiu, ontem, o menor valor em meses - abaixo de US$ 2 mil por unidade. 

Contudo, esse cataclismo não irá se manter para sempre. Muitos vão se sentir estimulados a comprar as criptomoedas, e há sinais evidentes de recuperação futura dos valores. É possível que eles voltem a bater recordes novamente, mas não se pode ter certeza de nada neste ambiente, ainda mais quando o mundo real sofre o flagelo da guerra na Ucrânia, a persistência de uma pandemia que afetou seriamente a saúde e a economia dos povos, e uma crise inflacionária global decorrente destes dois acontecimentos.


quinta-feira, 12 de maio de 2022

Da série "Jumento pergunta, asno responde"

Vez ou outra Lula ou Bolsonaro falam sobre a verdade ou o bem. Quem está do lado do quê?

a) É claro que está do lado do Lula, o maior presidente deste país, companheiro!

b) Só não vê quem não quer! É quem está combatendo esses comunistas que querem transformar o país numa Venezuela!

c) Você é algum cretino ou o quê? ("Olhaí", Seu Madruga! Respondendo pergunta com outra pergunta!). Nenhum desses dois, santa inocência! Quem fala sempre a verdade e está do lado do bem é o seu Ciro!

d) Do meu é que não!

e) Melhor perguntar sobre o Flamengo ou o Palmeiras, que não conseguem resultados no Brasileirão!

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Lançado o Android 13

Durante o evento IO22, da Google, o novo Android 13 foi anunciado com melhorias na parte de segurança e visual, como costuma ser praxe neste sistema operacional. Também foi aprimorada a comunicação com os outros dispositivos, como smartwatches, TVs e outros aparelhos componentes da chamada IoT ("Internet of Things", ou Internet das Coisas). Estas modificações tornam a vida do usuário mais fácil, embora exijam cada vez mais do hardware, devido ao acréscimo de recursos. 

O Android 13 pode demorar até chegar ao seu telefone (Marcela Franco/Techtudo)

Também voltou um apelido oficial para a plataforma do robô verde baseado em doces: "tiramisu", a famosa iguaria italiana a base de mascarpone, biscoito champagne e cacau. A última versão a ter um apelido contraindicado para diabéticos era a 9, chamada de "Pie". Os Android 10 (Q) e 11 (R) não tinham apelidos conhecidos, pelo menos não na época do lançamento. Usuários brasileiros informalmente chamaram o 10 de "Quindim", mas o doce lembrado pelo pessoal foi o "Queen Cake". O apelido do Android 11 foi pouco divulgado, sendo chamado de "Red Velvet Cake". Já o Android 12 só ganhou um codnome após o lançamento de sua versão estável: "Snow Cone". 

Os primeiros a receberem a versão lançada agora são os smartphones Pixel, da própria Google. Depois, as outras fabricantes irão elaborar adaptações de acordo com suas interfaces. Isso sempre leva tempo, questão de alguns meses, até o usuário finalmente conseguir baixar em seu aparelho, caso ele não o venda antes ou o smartphone não esteja mais apto para receber atualizações. 

terça-feira, 10 de maio de 2022

Big Five (OCEAN)

Existe uma classificação de personalidades chamada de Big Five, considerada mais apurada do que a metodologia Keirsey e seus derivados (como o MBTI). Ela se divide em cinco preferências, cujas iniciais formam a sigla OCEAN: 

Abertura para a experiência (Openness): avalia se a pessoa possui a mente aberta e curiosa, ou se ela prefere a rotina e práticas estabelecidas. O tipo curioso é também classificado como "I" (inquisitive, ou inquisitivo) em certas classificações "big five", enquanto o mais convencional é do tipo "N" (non-curious, embora a tradução para "não curioso" não seja muito adequada), sendo a quinta letra da sigla (xxxxI ou xxxxN). 

- Senso de organização (Consciousness): avalia se a pessoa gosta de organizar ou se ela prefere uma vida não presa a regras. Enquanto o organizado é classificado como "O" (organized, organizado), o outro recebe a classificação "U" (unestructured, não estruturado), na terceira letra da classificação "big five" (xxOxx ou xxUxx). 

- Extroversão (Extraversion): avalia se a pessoa se sente mais energizada com pessoas ao seu redor, ou se ela prefere ficar sozinha. É a primeira letra da classificação "big five", reservada para os sociais "S" (social) ou os reservados "R" (reserved, reservado). Um tipo social, portanto, é às vezes classificado como "Sxxxx". 

- Afabilidade (Agreeableness): avalia se a pessoa demostra empatia e compaixão pelos outros, ou se prefere uma abordagem mais direta e racional. Na sigla "big five", é a quarta letra, sendo "A" (accomodating, sendo um falso cognato - não é "acomodado", mas "amável") ou "E" (egocentric, embora o termo traduzido "egocêntrico" não pareça adequado). Ou, xxxAx / xxxEx. 

- Sentimentos negativos (Neuroticism): avalia se a pessoa apresenta com frequência sentimentos como ansiedade, raiva, preocupação excessiva, ou se ela se mantém calma e relaxada em situações difíceis. É comum, na segunda letra, a pessoa ser classificada como "L" (limbic, no sentido aproximado de nervous - nervoso) ou "C" (calm). 

Esta classificação, como todas as outras metodologias para avaliar personalidades ou temperamentos, também depende de fatores externos, experiências adquiridas ao longo do tempo, por mais que os testes tentem diferenciar a personalidade como algo natural e inato, em relação ao temperamento, definido como uma série de comportamentos adquiridos pela experiência. O "big five" parece avaliar tanto a personalidade quanto os comportamentos. 

Há uma certa correlação entre o Big Five e a classificação jungiana de Keirsey (ou de Myers-Briggs). A abertura para a experiência (O), por exemplo, é mais própria dos tipos "intuitivos" N (da sigla jungiana xNxx), ao contrário dos tipos S "sensoriais" (xSxx). Pessoas que gostam de vida regrada (C) são geralmente classificadas como J "julgadores" (xxxJ), enquanto os mais impacientes com regras são do tipo P "perceptivos" (xxxP). Os extrovertidos (E) são do tipo E segundo a tipologia jungiana (Exxx), enquanto os introvertidos são I (Ixxx). Aqueles que fazem abordagens mais pessoais (A) são, em geral, do tipo jungiano "feeling" F (xxFx), e os mais racionais e impessoais são "thinking" T (xxTx). Por fim, os "neuróticos" (N) são algo relacionados com o sufixo "T" (turbulent) na classificação Myers-Briggs (xxxx-T), enquanto os calmos estão, grosso modo, associados ao sufixo "A" (assertive) na mesma classificação (xxxx-A). 

Por exemplo, um tipo INTJ-A pode ser também RCOEI (reservado / calmo / organizado / "egocêntrico" / inquisitivo), embora haja muitas exceções. 

segunda-feira, 9 de maio de 2022

Mais um brasileiro a ir para o espaço

Victor Correia Espanha, engenheiro de produção, foi contemplado em um sorteio feito pela Crypto Space Agency (CSA) para participar de um voo suborbital da cápsula New Shepard, da empresa Blue Origin. O acontecimento será ainda neste ano, mas não há uma data certa. 

Foi feito, recentemente, um voo semelhante, com ampla repercussão da mídia, em outubro de 2021, com o ator William Shatner, com um foguete da mesma empresa, cujo dono é Jeff Bazos. Em março deste ano, houve o último voo. O roteiro é semelhante, com a decolagem e o cruzamento da linha de Karman, a 100 km acima do nível do mar, onde se convencionou ser a marca entre a atmosfera terrestre e o espaço exterior, na região conhecida como termosfera. 

O engenheiro será o segundo brasileiro a sair da atmosfera, mesmo por alguns segundos. O primeiro foi o astronauta Marcos Pontes, até há pouco ministro da Ciência e Tecnologia, que em 2006 foi até a Estação Espacial Internacional, em órbita a uma distância de 408 km da superfície. 

sábado, 7 de maio de 2022

Por falar em loucura, o que seria pior?

 a) O preço dos carros no Brasil. Um Gol, outrora carro popular e sem luxo, pode custar até R$ 90 mil, e a derivada picape Saveiro não sai por menos de R$ 114 mil. 

b) O preço da gasolina, cuja média está em R$ 7,29 no Brasil. 

c) O preço de tudo. 

d) Alexandre de Moraes querer impedir, em nova decisão monocrática, a redução do IPI para produtos feitos da Zona Franca de Manaus. 

e) Qualquer um disposto a querer fechar o STF, apesar dos excessos cometidos por alguns de seus ministros. 

f) Qualquer um que ache normal tudo isso acima. 

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Da série "Qual é a dos super-heróis", parte 5 - A Era de Prata (1956 a 1973?)

Aproveitando o lançamento do filme "Doutor Estranho no Multiverso da Loucura", este blog vai voltar com a série sobre quadrinhos, abordando a Era de Prata. Doutor Estranho, como é sabido, é um dos personagens surgidos nessa época, entre 1956 e 1970 (ou 1973). 

Esta época foi muito acusada de ter quadrinhos infantilizados ou sem compromisso com a realidade, devido ao chamado Comics Code Authority, o famigerado código de ética adotado pelas editoras. Devido às restrições, a violência e o realismo foram reprimidos, e as histórias ficaram mais próximas da fantasia pura. Outra influência foi a ficção científica, pois o mundo passou por um grande salto tecnológico com a invenção do transistor e a chamada "corrida espacial". Com isso, os monstros das histórias de terror e outros quadrinhos deram lugar aos extraterrestres. Selvas e desertos perderam espaço para os outros mundos. 

Para o bem ou para o mal, esta época influencia a criação nos quadrinhos e até nos cinemas até hoje, devido à criação de novos conceitos, como a exploração de outras realidades e a explicação pseudocientífica para os fenômenos, em detrimento da magia, que não foi abandonada. 

O marco inicial da Era de Prata é a aparição do novo Flash, Barry Allen, na revista Showcase número 4, em 1956. Ele passou a se tornar o mais popular dos Velocistas Escarlates na DC Comics, e ganhou a sua supervelocidade devido a um acidente de laboratório. Sua criação é atribuída a Gardner Fox e Carmine Infantino, dois dos nomes mais influentes da época. Sua velocidade espantosa o fez romper a barreira da luz e explorar universos paralelos, criando o conceito de "multiverso", como na famosa revista de 1961, onde Barry Allen se encontra com o seu colega Jay Garrick. Isso seria explorado posteriormente em várias histórias. 

O Flash da esquerda (Barry Allen) foi um dos símbolos da Era de Prata na DC Comics (Divulgação/DC)

A DC Comics continuava a fazer reformulações em seus personagens, fazendo-os se unirem contra as forças do mal, cada vez mais perigosas e desafiadoras. Surgiram vilões como Brainiac e grupos como a Liga da Justiça e a Legião dos Super-Heróis, grupo de jovens superpoderosos viajantes no tempo e fãs do Superboy, a versão adolescente do Superman. Isso não era o bastante para evitar a queda nas vendas ao longo da década de 1960. O público consumidor queria algo diferente, com heróis mais próximos dos seres humanos. 

Stan Lee estava atento a isso e resolveu agir quando a antiga Atlas Comics mudou o nome para Marvel Comics. Junto com Jack Kirby, conseguiu fazer um grupo de exploradores adquirir poderes por meio de raios cósmicos, durante uma viagem espacial. Os personagens não se deram ao trabalho de esconderem suas identidades, usavam tecnologia e recursos científicos para enfrentarem vilões como o terrível Doutor Destino, e ficaram conhecidos como o Quarteto Fantástico, em 1961. Curiosamente, esses personagens tinham como base um outro grupo de desbravadores criados por Jack Kirby para a DC, os Desafiadores do Desconhecido. 

Surgiu a Casa das Idéias, para ser o nêmesis da Casa das Lendas, como é conhecida a DC. Lee e Kirby foram os criadores de heróis como Thor, Homem de Ferro, Hulk, Vespa, Homem Formiga, Pantera Negra (primeiro grande super-heroi negro), Falcão, Feiticeira Escarlate, os X-Men e os Inumanos. Todos precisando lidar com problemas vividos por pessoas comuns. O Homem de Ferro, por exemplo, era o playboy Tony Stark, alcoolatra, mulherengo e com uma séria lesão no coração que o obriga a usar a armadura. Os X-Men lidavam com o preconceito contra sua espécie, o Homo superior, enquanto o Falcão enfrentava os racistas e o Hulk era perseguido por ser um monstro raivoso e destruidor. Para piorar tudo, a dupla incansável da Marvel criou uma porção de supervilões, como os invasores Skrulls, a Inteligência Suprema, a HIDRA, Loki, Magneto, Galactus, o Mandarim e o Aniquilador, entre vários outros.

A Marvel passou a reinar no final da Era de Prata, desde 1961, com o lançamento do Quarteto Fantástico (Divulgação/Marvel Comics)

Stan Lee também se juntou a outros criadores, como Steve Ditko, e com isso surgiu o Doutor Estranho, o Mago Supremo dos quadrinhos, estrela do mais novo filme da MCU junto com a Feiticeira Escarlate. Talvez o maior heroi da Marvel seja outra criação dessa dupla, o Homem Aranha, alter ego de Peter Parker, adolescente inseguro e pobre, precisando enfrentar um patrão como J. J. Jameson e uma imensa galeria de supervilões, todos querendo perseguir e eliminar o "amigo da vizinhança". 

Os elementos mágicos não foram de todo abandonados. Mesmo na "científica" Era de Prata, havia lugar para um Mago Supremo, criado em 1962 na revista Strange Tales (Marvel Comics)

Outros heróis da Marvel foram os "Capitães Marvel", nome registrado pela Casa das Ideias aproveitando o vácuo deixado pela falência da Fawcett, em 1953. Gene Colan criou o guerreiro alienígena da raça kree, Mar-Vell, e Roy Thomas concebeu Carol Danvers, a atual Capitã Marvel. 

A DC tratou de reagir, colocando seus heróis para enfrentarem novos desafios, como a presença de novos vilões como Darkseid e seu mundo odioso, pela mente de Jack Kirby quando ele saiu (temporariamente) da Marvel em 1970. Darkseid seria a inspiração para Thanos, pouco mais tarde. No início dos anos 1970, para afrontar a concorrente, eles inventaram uma Terra paralela, chamada de Angor, só com pastiches dos heróis Marvel, inclusive os Vingadores (Retaliadores). A Marvel também fez a mesma coisa, na mesma época, criando o Esquadrão Supremo, paródia da Liga da Justiça. 

Além disso, os personagens da Editora das Lendas teriam que enfrentar, também. problemas de gente normal, como o vicio em drogas de Ricardito, o ajudante do Arqueiro Verde, em 1971. Isso foi um grande desafio ao Código de Ética, e a crescente abordagem de temas fortes e realistas sepultou a Era de Prata, que teve seus últimos vestígios apagados em 1973, com a morte de Gwen Stacy, a namorada de Peter Parker, graças a um erro infeliz do herói ao tentar salvá-la. Começou aí a "Era de Bronze", marcada pela perda da inocência na nona arte. 

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Na Ilha de Vera Cruz

Os presidenciáveis com maiores chances de irem para o segundo turno revelaram suas posições quando o assunto é a guerra na Ucrânia. Ambos pendem fortemente para Vladimir Putin, em detrimento do presidente do país atacado, Volodymyr Zelensky. 

Jair Bolsonaro já manifestou sua posição a respeito e quer liderar uma comitiva de presidentes para irem a Moscou, enquanto a posição brasileira é de não tomar medidas mais drásticas contra o governo instalado no Kremlin. A ideia pode ser facilmente mal interpretada, principalmente pelas potências ocidentais, e foi transmitida para Reyyip Erdogan, o presidente da Turquia e também execrado pela oposição local como autoritário. Erdogan, um dos mediadores do conflito que está destruindo a Ucrânia, não gostou da proposta do nosso presidente. 

Agora, o ex-presidente Lula, capa da revista TIME, justamente onde o grande rival e atual mandatário era cogitado para aparecer como "pessoa do ano" em 2021, culpou o presidente ucraniano por ser "tão responsável pela guerra" quanto Joe Biden e Putin. Críticos do petista logo enxergaram isso como comprovação de apoio ao ditador russo. 

Lula recebeu o privilégio da revista TIME, mas mesmo para muitos apoiadores dele, o conteúdo da revista mostra falas pouco abonadoras proferidas pelo ex-presidente


N. do A.: Estes foram os grandes políticos, enquanto um número absurdo dos pequenos tem estatura liliputiana, como o deputado Camilo Cristofaro, que inicialmente tentou negar a autoria da frase "coisa de preto" e depois, para justificar, disse ter sido "brincadeira". Ele foi desfiliado do PSB. 

terça-feira, 3 de maio de 2022

O terrível problema dos animais atropelados

Ambientalistas estimam em 475 milhões de mortes, por ano, de animais silvestres, vítimas de atropelamentos nas estradas. A grande maioria é de espécies pequenas, como anfíbios, répteis, aves, morcegos, roedores e artrópodes (insetos, aranhas e assemelhados), embora só as vítimas de grande porte, geralmente mamíferos como capivaras, antas, veados, onças e tamanduás, causem comoção. 

Estranhamente, não há números oficiais facilmente disponíveis para fazer um balanço aproximado do número de animais domésticos mortos. A grande maioria é de cães, mas também há perda de vidas de milhares de gatos, bois, cavalos, porcos, ovelhas, galinhas, patos, entre outras espécies de criação. 

Além de causarem transtornos e prejuízos, a presença de animais nas pistas torna-se um gravíssimo problema ambiental. Existem propostas para construir passagens para os animais, mas boa parte deles certamente não irá usá-las ou demorará para se adaptarem. Isso decorre da concepção das estradas, que cortam os habitats dos animais silvestres. Outros problemas são as perdas florestais, forçando a migração dos bichos para outros locais. 

Na rodovia SP-255, em Jaú, uma onça-parda foi atropelada e morta, num dos casos mais recentes de acidentes envolvendo animais nas estradas (Divulgação)


Em tese, a questão dos animais domésticos é mais fácil de lidar, pois há meios de responsabilizar os donos por negligência, mas a maioria dos casos nem sequer são apurados. No caso de animais menores, cães e gatos, o acidente pode não ser facilmente percebido pelos motoristas, sobretudo caminhoneiros e condutores de ônibus. 

Não há soluções fáceis para tornar esse problema menos trágico e lesivo ao nosso meio ambiente. Isso exige colaboração massiva dos motoristas, das concessionárias de rodovias e dos órgãos fiscalizadores, ou seja, educação e respeito às leis, algo ainda para se resolver. 

segunda-feira, 2 de maio de 2022

Atos pró-Bolsonaro e pró-Lula

Houve, sim, manifestações no dia 1º de maio, mas elas tiveram mais cara de palanque político do que comemoração da data ou protestos por causa do desemprego. Não podia ser diferente, por estarmos em ano eleitoral. 

As manifestações a favor do presidente em exercício Jair Bolsonaro foram mais numerosas e reuniram mais gente, comparando com as feitas a favor do ex-presidente Lula, mas não chegam ao nível de participação verificada no último dia 7 de setembro, quando repetiram as mesmas pautas conhecidas: protestos contra o STF (alguns pedindo o fechamento), voto auditável, volta de Lula à cadeia por corrupção, entre outras. 

Ontem, foram acrescentadas as lutas por "liberdade de expressão", referindo-se à repressão do Supremo contra as falas do deputado Daniel Silveira. Também há referências ao indulto de Bolsonaro ao aliado destemperado, uma prerrogativa presidencial respaldada na Constituição, embora haja a impressão de cumplicidade com os termos raivosos, à beira da sociopatia, empregados pelo deputado. Silveira, aliás, compareceu ontem a um dos atos, no Rio de Janeiro, e a mídia aproveitou para registrar os momentos mais bizarros, como a aparição de um sósia do "viking do Capitólio". 

Daniel Silveira foi a um dos atos pró-Bolsonaro no Rio (Lucas Landau/AFP)

Também aí lembraram da compra do Twitter pelo bilionário sul-africano Elon Musk, para torná-lo menos sujeito às amarras impostas por outras redes sociais. Mas Musk também quer acabar com a prática de "robôs", os perfis falsos utilizados por muitos seguidores de Bolsonaro (e também de Lula, diga-se). 

Tiveram liberdade para defender suas pautas (mesmo com algumas delas francamente inconstitucionais) de forma pacífica, sem baderna, como nas outras vezes.

Enquanto isso, os grupos pró-Lula não conseguiram tanta adesão, e ficaram abaixo dos registrados antes da pandemia, quando o 1º de maio atraia multidões de gente ligada à CUT e à Força Sindical. Eles defenderam a inocência de Lula, a volta do PT ao poder e a revogação da reforma trabalhista. Assim como entre o pessoal a favor do presidente, eles tiveram a liberdade de expressão assegurada, e não houve violência. 

Uma das maiores multidões pró-Lula foi em São Paulo, mas os organizadores esperavam bem mais (Bruno Mendes/Folhapress)