Houve, sim, manifestações no dia 1º de maio, mas elas tiveram mais cara de palanque político do que comemoração da data ou protestos por causa do desemprego. Não podia ser diferente, por estarmos em ano eleitoral.
As manifestações a favor do presidente em exercício Jair Bolsonaro foram mais numerosas e reuniram mais gente, comparando com as feitas a favor do ex-presidente Lula, mas não chegam ao nível de participação verificada no último dia 7 de setembro, quando repetiram as mesmas pautas conhecidas: protestos contra o STF (alguns pedindo o fechamento), voto auditável, volta de Lula à cadeia por corrupção, entre outras.
Ontem, foram acrescentadas as lutas por "liberdade de expressão", referindo-se à repressão do Supremo contra as falas do deputado Daniel Silveira. Também há referências ao indulto de Bolsonaro ao aliado destemperado, uma prerrogativa presidencial respaldada na Constituição, embora haja a impressão de cumplicidade com os termos raivosos, à beira da sociopatia, empregados pelo deputado. Silveira, aliás, compareceu ontem a um dos atos, no Rio de Janeiro, e a mídia aproveitou para registrar os momentos mais bizarros, como a aparição de um sósia do "viking do Capitólio".
Daniel Silveira foi a um dos atos pró-Bolsonaro no Rio (Lucas Landau/AFP) |
Também aí lembraram da compra do Twitter pelo bilionário sul-africano Elon Musk, para torná-lo menos sujeito às amarras impostas por outras redes sociais. Mas Musk também quer acabar com a prática de "robôs", os perfis falsos utilizados por muitos seguidores de Bolsonaro (e também de Lula, diga-se).
Tiveram liberdade para defender suas pautas (mesmo com algumas delas francamente inconstitucionais) de forma pacífica, sem baderna, como nas outras vezes.
Enquanto isso, os grupos pró-Lula não conseguiram tanta adesão, e ficaram abaixo dos registrados antes da pandemia, quando o 1º de maio atraia multidões de gente ligada à CUT e à Força Sindical. Eles defenderam a inocência de Lula, a volta do PT ao poder e a revogação da reforma trabalhista. Assim como entre o pessoal a favor do presidente, eles tiveram a liberdade de expressão assegurada, e não houve violência.
Uma das maiores multidões pró-Lula foi em São Paulo, mas os organizadores esperavam bem mais (Bruno Mendes/Folhapress) |
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