A julgar pelas tendências na política e no futebol, assuntos abordados com frequência na mídia e por aqui neste espaço, o ano de 2022 irá terminar e muita gente vai ficar insatisfeita.
Em outubro (e possivelmente novembro) de 2022 haverá as eleições, e a parte derrotada vai usar à vontade o jus sperneandi, ora reclamando do resultado nas urnas, ora profetizando o desastre. Isso fatalmente acontecerá, não precisando bancar o Nostradamus como em certos artigos deste espaço, onde se tentou fazer previsões. Os petistas chiarão se Bolsonaro conseguir reeleger-se, os bolsonaristas alegarão fraude caso o ex-presidente Lula voltar ao poder, e os defensores da "terceira via" temerão o abismo em qualquer resultado (pois seus representantes não serão escolhidos para ocupar o Alvorada).
O programa de governo apresentado pelo PT, o partido de Lula, também não ajuda muito, propondo a revogação das reformas em curso no Legislativo, planos vagos de intervenção na Petrobras e na mídia. Enquanto isso, Bolsonaro fala em recriar três ministérios. E os candidatos da "terceira via" falam em alternativas, mas o eleitor ainda fica sem saber o que eles propõem.
Neymar e Bolsonaro podem deixar muita gente contente no fim do ano. Ou não (Reprodução/Instagram) |
Depois, haverá a Copa do Mundo, de novembro a dezembro. Pelo tipo de preparação feita pela seleção brasileira comandada por Tite, o hexacampeonato poderá surpreender mais do que uma eliminação na primeira fase. Hoje o Brasil sofreu para vencer o Japão por 1 a 0. Apenas um, com pênalti cobrado por Neymar. Ele não perdeu a chance de querer ser protagonista, mas é tudo o que os torcedores menos querem no momento. Vinícius Jr. ainda não consegue render na Seleção como faz no Real Madrid, pois o esquema de Tite não permite - diversos comentaristas esportivos podem explicar melhor o porquê. Danilo, do Palmeiras, nem sequer foi utilizado, não dando para saber como ele se comportará. Jogadores como Daniel Alves e Thiago Silva estão numa idade com a qual não poderão fazer muito, a não ser para exercerem o papel de líderes dos demais. E os outros ainda são coadjuvantes. Seria normal se quem fosse o craque principal fosse o Pelé ou o Garrincha, como nos tempos românticos do futebol arte, mas Neymar nunca chegou nem perto, em sua já consolidada carreira.
Muitos ficarão a lamentar a chance perdida em 2022, e o mesmo pode se repetir em 2026, 2030, 2034, e lá vai pedrada, quando o binômio Copa-eleições repetir-se. Mas a vida segue.
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