Aquele regime definido por Winston Churchill (1874-1965), ex-primeiro ministro britânico, como "a pior forma de governo, com exceção de todas as outras que foram tentadas", corre perigo não só aqui no Brasil, mas no mundo.
Temos aqui noções profundamente enviesadas e confusas do que é democracia. O TSE e o STF, em nome dela, censura perfis questionadores do atual sistema eleitoral, a pretexto de combater as notícias falsas e o extremismo político, sem base legal, pois a lei das fake news não foi aprovada pelo Congresso. Por outro lado, os manifestantes espalhados pelo Brasil exercem seu direito de protestar contra uma eleição, para eles, irregular, viciada e de resultados estranhos. Eles clamam por alguma forma de intervenção das forças armadas, como elas pudessem exercer algum tipo de Poder Moderador para forçar o equilíbrio entre os poderes (algo não previsto no artigo 142 da Constituição); muitos mesclam o conceito de democracia com o de oclocracia, o governo exercido pelas multidões, sem o intermédio de representantes eleitos, ou seja, o presidente da República, os governadores, deputados e senadores.
Em um de nossos países vizinhos, o Peru, houve um claro atentado à democracia, pelo presidente Pedro Castillo, que tentou dar um autogolpe e dissolver o Parlamento, formado majoritariamente pela oposição. A manobra não deu certo, e os parlamentares o destituíram. Castillo ainda foi preso pela Polícia Nacional. Ele tentou usar o expediente do antigo ditador Alberto Fujimori, mesclado com sua ideologia "bolivariana". Este é mais um acontecimento no meio da crise política da nação andina, que já dura seis anos e derrubou outros cinco governantes. A nova líder é Dina Boluarte, que deverá governar como se a espada de Dâmocles pairasse sobre sua cabeça.
Pedro Castillo, agora ex-presidente peruano (Divulgação) |
Na Alemanha, também foram presos membros de uma quadrilha extremista formada por neonazistas e monarquistas, acusados de ter um plano para dar um golpe de Estado por meio de ataques armados, à maneira das republiquetas, bem diferente da maneira europeia de se resolver problemas políticos.
Mesmo em democracias consolidadas, não faltam pessoas querendo um regime à moda fascista, ou neonazista, ou marxista, ou parecido com os governos da China e da Rússia. Outros não querem nada disso, e clamam por um rei, seja ele Jesus Cristo ou um homem virtuoso qualquer.
Correremos o risco dos regimes de força voltarem a ganhar espaço no mundo?
Nenhum comentário:
Postar um comentário