segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Lula diplomado longe da paz e do amor

Em cerimônia realizada em Brasília, acompanhada por várias autoridades como o presidente do TSE e ministro do STF Alexandre de Moraes, o também ministro do Supremo Ricardo Lewandowski, o governador do Distrito Federal Ibaneiz Rocha (MDB-DF) e vários correligionários, o presidente oficialmente eleito Lula foi diplomado, assim como o vice, Geraldo Alckmin. 

Seu discurso consolida a polarização política na qual o país está mergulhado, com críticas ao presidente em exercício, Jair Bolsonaro, sem citar o nome dele. Falou em "herança maldita" e "volta da democracia", em tom longe do apaziguamento. Não era o Lula "Paz e Amor" de 2002 e nem o petista em estado mais puro e simples de 1989, mas um político aguerrido contra os adversários, vistos como inimigos a serem derrotados, apesar da idade já avançada. Abaixo, o vídeo da cerimônia de diplomação pelo canal da Justiça Eleitoral: 


Alexandre de Moraes também fez um discurso, sinalizando a continuação de seu modus operandi contra quem ousa contestar o resultado das urnas por meio de defesa de "atos antidemocráticos". Ele atendeu prontamente a uma denúncia do PGR contra o cacique Tserere Xavante, preso por "incitação" aos tais atos. Muitos indígenas alegam ter votado em Jair Bolsonaro, mas não tiveram seus votos computados. 

A prisão do líder indígena motivou alguns manifestantes mais exaltados a tentarem invadir a sede da PF na capital federal e incendiar veículos. Houve também uma tentativa de se dirigirem ao hotel onde Lula estava, mas a polícia agiu a tempo. 

Bolsonaristas e a imprensa mais alinhada com os conservadores ficaram indignados com a diplomação, para eles antecipada (a data limite é o dia 19), e destacaram atitudes consideradas deploráveis, como Lula ter bebido água no momento do hino nacional. A maior parte da imprensa destacou o simbolismo da diplomação, como uma vitória do presidente eleito sobre os seus adversários. Todos, porém, fizeram questão de publicar para onde Lula e Alexandre de Moraes foram após a cerimônia: dirigiram-se à casa do advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, para uma confraternização. Kakay é fortemente alinhado com o lulismo e considerado um dos adversários mais impenitentes da Operação Lava Jato. 

Fora da festa, o atual presidente editou uma MP para autorizar o reajuste do salário mínimo, para R$ 1.302. O valor é R$ 90 maior do que o atual, e representa um ganho acima da inflação em 12 meses. 

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