Assim como vários outros internautas, o autor deste blog acompanhou a trajetória do time argentino nesta Copa do Qatar, desde o começo desastroso contra a Arábia Saudita (mostrado numa charge deste espaço) até a final. Chegou a comparar o time argentino com uma "jararaca" golpeada na cauda, e aos poucos ela foi eliminando os adversários. Essa comparação foi feita ainda no final da primeira fase, quando a Argentina não foi devidamente testada. Ao final desta jornada, concluída no estádio Lusail, a equipe albiceleste não pode ser comparada a nada parecido. Apenas com outros times de futebol, como se deve.
Um time com Messi, o maior jogador dos últimos trinta anos (desde Maradona), competitivo, focado em vencer e com a inteligência (e a ousadia) de um técnico relativamente jovem, com nove anos apenas a mais do que o seu principal astro, acabou levando vantagem contra a equipe rival, a atual campeã do mundo e com outro talento da bola, o jovem Mbappé.
Aos 23 minutos do primeiro tempo, Messi converteu um pênalti crasso de Dembelé em Di Maria, que, mais tarde, fez um gol aos 36 minutos. Os argentinos sufocavam os franceses por boa parte do tempo normal, e souberam suportar a pressão quando Lionel Scaloni, de forma temerária, tirou Di Maria na metade do segundo tempo. Otamendi cometeu pênalti ao tentar segurar Muani, e Mbappé converteu aos 34 do segundo tempo. Mais tarde, os franceses cresceram na partida, e empataram com o mesmo Mbappé.
Veio a temida prorrogação, e depois de um certo equilíbrio de forças, Messi foi decisivo e desempatou novamente. Mbappé deixou tudo igual novamente cobrando novo pênalti, cometido pelo lateral Montiel, e fez seu hat-trick, conquistando o recorde de gols nesta Copa: oito, contra sete do grande rival.
Não conseguiram evitar as disputas de pênaltis, e os argentinos cobraram melhor: primeiro com Messi, e depois com Dybala e Paredes. Mbappé soube cobrar para a França, mas Coman não caprichou, e muito menos Tchouaméni. Não adiantou Muani aproveitar a sua vez: Montiel fez a quarta cobrança para os argentinos e decretou o tricampeonato para os sul-americanos.
Além de ganhar uma Copa ganha pela última vez quando nem ele era nascido, Messi ainda levou o troféu de melhor do torneio (AFP) |
Desde 1986 a torcida dos hermanos esperava por isso. "La Pulga" conseguiu o único grande troféu que faltava, e a hegemonia europeia foi quebrada depois de quatro Copas. Em 2006, a Itália venceu, após penais com a França. Em 2010, foi a Espanha, pela primeira vez. 2014 foi marcado pelo famigerado placar (do 8/7) e o tetracampeonato da Alemanha, para sofrimento dos argentinos. E a Copa da Rússia de 2018 foi o triunfo de Mbappé, então com apenas 19 anos.
Com a grande final da primeira Copa num país árabe, considerada a maior de todos os tempos, os argentinos terão o resto do ano para comemorar e esquecer a penúria de seu país, assolado por uma inflação galopante e má administração do governo Alberto Fernández. Para os brasileiros, resta-nos, como fez o eterno Pelé, reconhecer o talento de Lionel Messi, enquanto aguarda o resultado da CBF sobre o novo técnico da Seleção Brasileira e se preocupar com a transição do nosso governo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário