Hoje nesta série vamos falar sobre as Lojas Brasileiras, uma das mais conhecidas na famigerada década de 1990.
Ao contrário do que alguns pensam, esta rede varejista não é recente. Fundada em 1944, por Adolfo Basbaum, para concorrer com as Lojas Americanas, as Brasileiras, conhecidas também como Lobras, nunca tiveram o mesmo sucesso, embora chegassem a ter uma rede de lojas bastante robusta em seus melhores dias. A rivalidade entre as lojas chegava às raias do folclore, pois cada nova filial das Brasileiras precisava ficar próxima a uma loja das Americanas. Isso era prática desde a sua primeira loja, em São Paulo. Depois, houve uma expansão para todo o país.
As Lojas Brasileiras chegaram a ter dezenas de lojas, sempre próximas às Americanas (Divulgação) |
Como a grande rival, a empresa do senor Basbaum apostava na difersificação do portfólio, vendendo produtos variados. Ela aproveitou o boom de consumo após o milagre econômico na década de 1970, e também investia nas vendas com pagamentos a prazo, apesar dos juros elevados. Em 1982, as Brasileiras passaram para o controle dos Goldfarb, donos também das Lojas Marisa. Assim, a história da varejista ficou intimamente ligada a outras duas redes atualmente vivendo tempos difíceis.
Durante o longo e louco período inflacionário, com a nova administração, a Lobras seguia a mesma receita dos concorrentes, procurando manter a liquidez elevada mesmo às custas de endividamento, ou seja, vender produtos com preços agressivos, em boa parte das vezes facilitando o pagamento a prazo. Após a liberação das importações, todo o setor sofreu forte concorrência dos camelôs, e quem estava com a situação financeira comprometida quebrava mesmo. Foi exatamente o caso das Brasileiras, apesar de, nos últimos anos, tentar se manter na mídia, veiculando propagandas como esta:
E eles também não economizaram na hora de contratar celebridades para seus anúncios. Hebe Camargo, o grupo É o Tchan, a atriz Luísa Tomé, foram algumas delas. Nem parecia uma varejista endividada em R$ 100 milhões.
Finalmente, em 1999, a aventura acabou, e os Goldfarb resolveram encerrar as atividades das Brasileiras. As Americanas continuaram, para, atualmente, seguir o mesmo triste caminho. E a Marisa, antiga dona, também.
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