Os smartphones, desde antes da famigerada pandemia, começaram a encher a traseira de lentes. É comum encontrar modelos com quatro delas, e a maioria só vai usar uma ou duas no cotidiano. Vamos ver.
Xiaomi 12S Ultra, um exemplo de smartphone moderno, com a traseira cheia de lentes (Divulgação/Xiaomi) |
A melhor lente é chamada de principal, com as melhores tecnologias: estabilização ótica para evitar os tremidos, maior tamanho do sensor para a captação da luz incidente e maior abertura controlada pelo diafragma, aquela membrana que abre e fecha para controle da passagem das informações óticas. No caso desta última característica, ela é definida por um parâmetro f/n, correspondente à proporção entre a distância focal e o diâmetro de entrada da luz, O número n deve ser o menor possível para garantir uma boa abertura. Logo, uma lente com abertura f/1,6 é melhor do que outra com abertura f/2,0.
Geralmente, a lente principal é a com maior quantidade de megapixels (Mp), ou seja, os pontos que definem a imagem da foto. Mas, neste caso, quantidade não significa qualidade, e muitos celulares caros possuem lentes principais de apenas 12 Mp, com melhor tecnologia de processamento de imagens, como é o caso do iPhone 14.
A segunda lente é, para celulares de melhor qualidade, é a chamada ultra grande-angular, ou ultrawide, para abordar mais pessoas graças ao seu grande ângulo de abertura, geralmente acima de 120 graus. Esta é uma das lentes auxiliares que as pessoas usam com frequência.
Celulares baratos possuem outro tipo de lente, chamada de profundidade, para auxiliar a lente principal na focalização de pessoas ou objetos, o chamado "efeito bokeh". Nesses celulares de menor custo a lente de profundidade costuma ser limitada. Lentes com abertura grande como os de celulares mais caros já apresentam maior tendência a um efeito bokeh natural, concentrando o foco apenas nos objetos principais das fotos. Assim, os celulares mais caros não têm lente de profundidade.
Outra lente de eficiência questionável é a chamada macro, destinada a fotografar objetos bem próximos, por sua distância focal pequena (de 2 a 5 cm). A adoção da macro virou febre nos últimos tempos, principalmente nos celulares básicos e intermediários, e a maioria destas lentes serve mais para "fazer número", devido à baixa resolução, usualmente 2 Mp. Há quem veja utilidade nesta lente, principalmente quem costuma fotografar flores e insetos no jardim, ou tentar ler letras miúdas como as encontradas em bulas de remédio. Lentes ultrawide com foco automático conseguem melhores resultados, se alcançarem as mesmas distâncias focais das macros dedicadas.
Por fim, existem as lentes teleobjetivas, com distância focal grande, propícias para fotografia de objetos distantes. A rigor, não existe uma única lente, e sim várias, para ajuste do foco usando os efeitos de reflexão e refração, desviando a trajetória da luz. Assim, é possível captar, por exemplo, um pássaro pousado em uma árvore sem perturbá-lo. Mas o conjunto de lentes teleobjetivas é mais caro, ficando limitado aos modelos chamados "top de linha". E mesmo neles, a ampliação do foco não vai além das 3x. Lentes chamada de "periscópio" permitem aumentar a distância focal, mas geralmente são ainda mais caras e ocupam espaço interno do aparelho, algo desafiador quando os consumidores exigem celulares com baterias grandes para boa autonomia.
Atualmente, os celulares estão cheios desses vidrinhos redondinhos, com resultados estéticos nem sempre felizes. Porém, a tendência é diminuir a quantidade deles, para apenas dois ou três, abandonando principalmente as lentes de profundidade e macro.
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