segunda-feira, 2 de outubro de 2023

Como já foi anunciado

Metrô, CPTM e Sabesp vão entrar em greve, para tentar deter o processo de privatização e medir forças com o governador Tarcísio de Freitas, apodado de "bolsonarista" por muitos dos simpatizantes da paralisação, por ter sido ex-ministro de Jair Bolsonaro, embora de "bolsonarista" mesmo seja pouco. 

Eles querem também um "plebiscito" para o povo decidir se eles querem ou não as empresas em questão fora das mãos do Estado. Mas isso é uma manobra para dificultar ainda mais a venda delas. Tarcísio foi eleito prometendo justamente privatizá-las, e já definiu o movimento como "político". 

Um plebiscito, de verdade, seria definido pelo Poder Legislativo e seu título não é tão enviesado, induzindo o povo a votar em apenas uma das opções. 

As privatizações geram alívio para o bolso da população, pois os impostos deixam de ser gastos com tantas estatais, usadas como verdadeiras "cabides de emprego". Não necessariamente tornam um serviço precário digno de elogios, como se pode notar no caso da energia elétrica: o trabalho das concessionárias ainda é muito ruim, e boa parte da culpa é do crescimento desordenado das grandes cidades e principalmente das favelas. Era pior quando eram empresas públicas, ainda mais coniventes com desvios no fornecimento ("gatos") e burocratizadas. 

No caso do transporte público, o Metrô há anos é parasitado por esquemas de corrupção. Privatizar as linhas não vai acabar com a corrupção de uma vez, mas vai deixá-la mais controlável. Dentre as linhas, a melhor é justamente a 4 (Amarela, entre Luz e Vila Sônia), operada pelo consórcio ViaQuatro, e não diretamente pelo Metrô. Quanto à CPTM, a Via Mobilidade, controladora das linhas 8 (Diamante, entre Júlio Prestes e Itapevi) e 9 (Esmeralda, entre Osasco e Mendes-Vila Natal), é muito cobrada por causa das constantes falhas, mas as outras não sofrem tanta cobrança e fazem um serviço pior, com trens mais desconfortáveis e antigos. Além disso, o governo paulista não vai deixar tudo para a iniciativa privada, mesmo porque é inviável, e sim diminuir as atribuições do poder público, encarregando-o de definir os novos projetos e fiscalizar as linhas existentes. 

Mas o "ponto chave" é o temor pela perda de empregos por parte de funcionários sem compromisso com a população, ou, quando diz se preocupar com ela, a vê mais como uma "massa de manobra" para defender seus interesses particulares. 


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