quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Da série "Grandes varejistas do passado", parte 11 - Lojas Pirani (estas são das antigas)

Quem tem mais de 60 anos e for de São Paulo deve se lembrar das Casas Pirani, que tinham pelo menos duas grandes lojas em São Paulo, uma no Brás, na Av. Celso Garcia, próximo à área onde se instalaria o grande templo da Igreja Universal, e outro no centro histórico, sendo este o famoso edifício Andraus, na rua Pedro Américo, esquina com a Avenida São João. 

Loja das Casas Pirani, no Brás (Eu Conheço São Paulo II / Facebook)

A Pirani teve vida bem curta, mas marcante. Fundada em 1952, por Rodolfo Pirani (de acordo com fontes, como AQUI), empresário falecido em 1964 e homenageado com o nome de um bairro da Zona Leste (Jardim Rodolfo Pirani), não chegava a ser uma rede de departamentos, mas a pujança de suas lojas impressionava. Destacava-se pela variedade de produtos e pela decoração natalina nos finais de ano. 

Era chamada de "A Gigante de São Paulo", recebendo milhares de clientes e empregando centenas de trabalhadores. Foi pioneira no uso de escadas rolantes, poucos anos depois da instalação da primeira no pavilhão da Bienal do Ibirapuera. 

Provavelmente teria um final menos dramático, embora mais doloroso, como outras varejistas, mas o incêndio no edifício Andraus, em fevereiro de 1972, abreviou sua carreira. Causada por uma rede elétrica mal concebida, a tragédia até hoje marca a história de São Paulo. O edifício abrigava sedes de grandes empresas transnacionais, como a alemã Henkel, cujo presidente, Paul Jurgen Pondorf, foi uma das 16 vítimas fatais. Houve 330 feridos ou intoxicados pela fumaça, e só não houve um número maior de fatalidades porque muitos resolveram subir até o pavimento no topo do prédio e esperaram por ajuda, vinda de um helicóptero dos Bombeiros, pois as escadas de emergência foram também consumidas pelo fogo. 

Responsabilizada pelo incêndio, a Pirani precisou pagar as vítimas e os danos causados pelo prédio, e meses depois decretou falência, causando muita consternação na época. Até hoje o edifício Andraus, reconstruído e transformado em sede de várias repartições, como os Correios, e de algumas empresas como a construtora Themag, é conhecido como o "prédio da Pirani". 

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