Outra vez uma tentativa de golpe de Estado na América Latina!
No século passado, era hábito resolver as questões políticas com rupturas institucionais de quaisquer tipos, desde em Cuba até no Brasil, passando por Chile e Bolívia, um dos países onde os golpes foram mais frequentes.
Desta vez a trama é um pouco diferente: o general Juan José Zuñiga, até há pouco comandante do Exército boliviano, chegou a comandar um cerco contra o governo e o Congresso. Depois de horas de impasse entre forças do governo e os insurgentes, o desfecho seguiu quase incruento. A quartelada fracassou e o general foi preso por ordem da polícia. Ele teve tempo de dizer que o presidente Luís Arce estaria a promover um "autogolpe", uma farsa para manter-se no cargo com poderes extraordinários. Ele ainda foi acusado de querer prender o ex-presidente Evo Morales, aliado de Arce, e disse que estava fazendo isso porque o atual governo estava atuando para "empobrecer" o país.
Juan Jorge Zuñiga, ex-comandante do Exército boliviano, preso por ordem do governo por comandar uma tentativa de golpe |
Sendo ou não uma tentativa real de golpe, serve para os governos e autoridades latino-americanos tratarem de valorizar a democracia e respeitarem a ordem institucional de seus países. Quarteladas não podem voltar a ser vistas como normais nesta parte do mundo, como infelizmente acontece, de forma quase generalizada, no continente africano.
O Itamaraty não tardou a condenar a tentativa fracassada de golpe, para tentar demonstrar alguma liderança na região por parte do presidente Lula, que também vem causando nervosismo no mercado e danos na economia ao insistir na guerra interna contra o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto e a autonomia da política monetária. O dólar foi a R$ 5,51, e a Bovespa só não caiu devido à valorização nas ações da Vale. Antes, a Bolsa havia recuperado parte das perdas dos últimos dias graças às ações do Magazine Luiza, varejista em grave crise, mas em processo de acordo para vender produtos junto com a AliExpress.
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