Para o Brasil, os Jogos Olímpicos foram ao mesmo tempo decepcionantes pela falta de pódios, mas ao mesmo tempo mostram a força das atletas. Os três ouros foram conquistados por mulheres, e a participação masculina, longe de ser um fiasco completo, é menor nas outras conquistas. Houve algumas decepções, como Gabriel Medina não ter conseguido o ouro, a derrota da Seleção de Vôlei Feminino nas semifinais, a derrota da Seleção de Futebol Feminino para as americanas na grande final, com uma despedida agridoce da Marta. O COB se atreveu a culpar as ondas e as condições dos ventos pelo desempenho dos atletas no surfe e na vela, mas elas também prejudicaram os outros atletas, inclusive os campeões em suas modalidades.
Para os críticos, esses foram os "Jogos da Vergonha", com vários problemas. Um cardápio problemático, onde houve reclamação da falta de carnes e ovos, e muitas queixas sobre a qualidade. Uma atleta argentina, a pugilista Imane Khelif, teve problemas nos testes de verificação de sexo e foi acusada de ser uma "intersexo" ou até um homem, e ganhou o ouro. Árbitros foram muito criticados, tendo atuação questionada, como na final do futebol feminino, onde a árbitra foi suspeita de favorecer as americanas. A cerimônia de abertura foi considerada escandalosa e a de encerramento, ontem, foi considerada tediosa e ainda contar com um tal "viajante dourado" que ninguém entendeu muito bem - e foi comparado até a um demônio. Pior foram os problemas de saúde para os atletas nas provas aquáticas: o rio Sena provou (da pior forma possível) não estar tão limpo assim, mesmo com um bilionário programa de despoluição.
Para quem preza pelas finanças de Paris, as Olimpíadas vão ser um ônus, como todas as outras. Apesar dos gastos divulgados serem bem menores do que os necessários para os jogos em Tóquio (segundo Eduardo Vargas, foram gastos US$ 9,1 bilhões, contra US$ 35 bilhões), existe uma parte ainda não contabilizada, e ela promete ser um desafio.
Para muitos torcedores, os Jogos cumpriram sua função, e tivemos a quebra de alguns recordes, como o salto com vara, onde o sueco Armand Duplantis pulverizou o antigo recorde olímpico de Thiago Braz, com seus 6,25 m, enquanto o brasileiro pulou 22 cm a menos em 2016. Faith Kipyegon, corredora queniana, fez os 1.500 m em 3min51s29. O etíope Tamirat Tola completou a maratona em 2h06min26s.
Para a humanidade, o maior evento esportivo não teve efeito nos conflitos, que continuam na Venezuela, na Ucrânia contra a Rússia, de Israel contra o Hamas. Teve, novamente, uma função simbólica. Assim como será em Los Angeles, em 2028 - se resistirmos até lá.
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