... o mundo não é o mesmo de quando ele era o líder do PT admirador de Daniel Ortega, então considerado herói por expulsar do poder o ditador Anastasio Somoza da Nicarágua.
Agora Ortega se revela mais um déspota, perseguindo religiosos em nome do marxismo. Embora sempre acusado de ser um marxista, o presidente estava a proteger os padres católicos perseguidos pelo caudilho sandinista. Lula quer o apoio do Vaticano em suas ações para ser considerado um grande líder global.
A Igreja nicaraguense era aliada de Ortega no começo, mas as relações se deterioraram, e a intenção é forçar um regime socialista mais ligado à ideia fundamental do comunismo: banir as religiões do país centro-americano.
Esse socialismo dito "raiz" se choca com o socialismo "Nutella" defendido pelo PT, cheio de concessões à militância ecológica, LGBTQIA+, "woke" e outros identitários. Pois os "Nutellas" são mais próximos da social-democracia, tolerantes e defensores do diálogo, até certo ponto: com bolsonaristas e outros reacionários, nada de conversa. Já os "raízes" são partidários dos velhos regimes comunistas, marcados pela perseguição feroz aos dissidentes e aos que se atrevem a contestar as linhas de pensamento oficiais.
Lula quer ser um mediador entre Ortega e Maduro de um lado, e os democratas americanos de outro, que não toleram os dois ditadores e também estão ligados ao identitarismo. Mas está se queimando em ambos os lados.
Ortega e Lula já foram grandes aliados (Divulgação/O Antagonista) |
Os democratas não confiam em Lula, pois as notícias sobre corrupção nos governos petistas repercutiram no exterior e não foram completamente esquecidas, e a proteção aos católicos levou à deterioração nas relações entre Brasília e Manágua. Ontem, o corpo diplomático brasileiro foi expulso da capital nicaraguense. Hoje, o governo fez o mesmo em relação aos diplomatas do país agressor.
Veremos o Brasil ser visto como pária internacional não só pelas potências mas também pelos antigos aliados "anti-imperialistas"?
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