sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

45 anos de um pesadelo

Cena comum durante a vigência do AI-5, entre 1968 e 1979 (foto de Evandro Teixeira)

A 13 de dezembro de 1968, foi imposto pelo então governo militar brasileiro o AI-5, o quinto dos atos institucionais liberticidas lançados com o pretexto de combater o comunismo, a guerrilha e o terrorismo no país. 

Esta foi um projeto de certos setores das Forças Armadas, chamado de "linha dura" do regime. Houve resistência até dentro da própria ARENA, o partido do governo, mas o presidente Costa e Silva enfiou a medida goela abaixo, bem a contragosto, diga-se, pois ele foi pressionado pelos "duros". O resultado foi a proibição de manifestações, críticas ao governo, eleições diretas. Ampliou-se a censura, garroteou-se a liberdade, houve torturas e desaparecimentos políticos. 

Apesar do que se viu no Brasil ser até bem moderado se comparado ao adotado no Chile e na Argentina, onde os governos fizeram terrorismo de Estado contra a oposição, o povo brasileiro sofre as consequências do AI-5 até hoje. Com a eliminação dos membros mais ativos da oposição, sobraram os oportunistas e carreiristas, dispostos a corromper para a sua ascensão política. O Executivo, que já tinha poderes extras, praticamente tornou o Legislativo e o Judiciário seus vassalos. A sociedade passou a ter medo da polícia, que já tinha a fama de fazer prisões arbitrárias de gente mais pobre, e viu as camadas médias da população receberem o mesmo tratamento. Houve mais perseguição aos opositores, mesmo os contrários ao comunismo, do que aos bandidos e corruptos. 

Hoje, última sexta-feira 13 desse ano terrível, o AI-5 completou 45 anos. Esse ato, para o bem do país, foi revogado em 1979, e espera-se que algo semelhante nunca mais venha a ser implantado. 

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