Depois do impeachment de Dilma Roussef, muitos manifestantes continuam insatisfeitos com os desmandos e a corrupção ainda restantes no Brasil.
Aliás, os problemas do Brasil são muitos e graves, e é fácil cair na armadilha de querer protestar contra a existência do foro privilegiado, ou melhor, o foro especial por prerrogativa de função, quando outros querem protestar contra a anistia ao caixa 2, e o grupo do lado se indigna com a ideia esdrúxula do voto em lista fechada, enquanto um grupo vizinha briga pela reforma da Previdência para todos sem exceção, ou qualquer outras pauta justa, que exclui besteiras como a intervenção militar, ou atos inviáveis como eleições diretas agora para presidente (a Constituição determina a periodicidade dos mandatos).
Muito disso foi visto nas manifestações, em maior ou menor grau. Parece a reedição de 2013, quando a indignação tinha vários alvos, começando pelos aumentos nas passagens dos ônibus, passando pela gastança nas obras da Copa do Mundo (aquela "da vergonha") e terminando na incapacidade da então presidente Dilma administrar o país, quando a Lava Jato nem existia e o
impeachment estava nos planos de grupelhos isolados, pois não havia como acusá-la por crimes de responsabilidade.
A mistura não atraiu o público. Mesmo assim, os grupos organizados como o MBL e o Vem pra Rua se empenharam como podiam, sem ter a ilusão de atrair um público que seja comparável às grandes manifestações contra o governo Dilma.
Pois bem, ela sofreu o
impeachment e os assaltos contra NOSSO DINHEIRO continuam.
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Em Brasília, "enterraram" os políticos acusados de corrupção (Vem pra Rua/Divulgação) |
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Mote otimista no protesto de Brasília (Vem pra Rua/Divulgação) |
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Em São Paulo, Kim Kataguiri discursa para uma multidão não tão numerosa (MBL/Divulgação) |
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Em Salvador, tomaram as ruas, mas não houve a multidão espantosa dos protestos de 2016 (MBL/Divulgação) |
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Em Copacabana, uma mistura eclética de temas (Eduardo Arizelli/Folhapress) |
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A mesma mistura é vista nos cartazes dos principais movimentos (Divulgação) |
Enquanto isso a maioria do povo está sofrendo com o desemprego, a recessão e o aumento da pobreza, que mal entraram nos protestos. Parecem desiludidos, pois os efeitos pós-impeachment ainda não surgiram - e isso só vai acontecer num prazo relativamente longo, não dá para esperar nada diferente a respeito.
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