sexta-feira, 3 de março de 2017

Tentando combater a praga

Depois do depoimento de Marcelo Odebrecht, cujo conteúdo acabou vazando parcialmente para colocar o governo em alerta e deixar Dilma e Aécio em situação ainda pior, a Operação Lava Jato está investigando mais e mais vertentes dessa imensa praga que esteve ameaçando o futuro do Brasil.

A PF decidiu tornar réu o empresário Mariano Marcondes Ferraz, acusado de pagar propina a um dos cabeças do Petrolão, o ex-diretor Paulo Roberto Costa, no valor de 868 mil dólares. Ele já fora preso em outubro do ano passado, mas pagou fiança de R$ 3 milhões após ficar apenas um mês na cadeia.

Finalmente, o juiz Sérgio Moro marcou um depoimento para Lula, para o dia 3 de maio. Ele será interrogado em Curitiba, para tentar desmentir a fama de ser o grande chefão do esquema. Ao mesmo tempo, corrigiu-se uma das distorções no trabalho: até agora a mulher de Lula, Marisa Letícia, era considerada passível de punição, mas ela morreu há cerca de um mês, e não faz sentido sentenciar alguém já morto.

E, devido às investigações da PF, a Justiça francesa resolveu apurar a propina para subornar membros do COI que votaram para a sede das Olimpíadas de 2016. Os Jogos foram realmente um grande acontecimento, mas isso não apaga a devastação financeira decorrente das obras superfaturadas para os estádios, arenas, alojamentos e toda a infraestrutura necessária, que deveriam servir de legado para a cidade. E, pelo que mostrou o jornal Le Monde, um dos principais da França, uma soma considerável do NOSSO DINHEIRO foi usada por Arthur César Meneses Soares Filho, ligado ao ex-governador e agora presidiário Sérgio Cabral, para pagar Papa Diack, filho de Lamine Diack, da delegação senegalesa e um dos membros do COI que votou pelo Rio.

Isto foi apenas o primeiro dia de trabalho após a revelação de Marcelo Odebrecht, o auto-intitulado "bobo da corte do governo", por ser "obrigado" a fazer obras que mais ninguém queria, para agradar o governo petista, como a Arena Corinthians, e também gastar milhões em "caixa 2" para financiar a chapa Dilma-Temer de 2014 e engordar os cofres do PT e seus aliados, enquanto fornecia dinheiro suspeito à chapa oposicionista de Aécio Neves.

Enquanto isso, o grosso do depoimento e mais os nomes da lista daquele que de bobo não tem nada estão postos sob sigilo, mas vulneráveis a vazamentos ocasionais que só contribuem para aumentar a instabilidade política, enquanto o STF não resolve revelar tudo ou apurar o conteúdo, que elucida parte dos estragos causados pelo gigantesco flagelo da corrupção brasileira. 

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