Primeiro, as manifestações, que de fato aconteceram. O transporte público parou, lesando milhões de pessoas. Algumas agências de Correios e uma porcentagem (mínima) de escolas permaneceram fechadas. Certas faculdades, como é o caso da USP, também tiveram alteração na rotina, e como acontece todos os anos o acesso principal (a Portaria 1) foi bloqueado. À tarde, manifestações contra as reformas da Previdência e trabalhista, que motivaram o cruzar de braços.
A Avenida Paulista foi tomada por manifestantes, principalmente sindicalistas e opositores das reformas promovidas pelo atual governo "golpista" (Ricardo Stuckert) |
Na Av. Paulista, milhares de pessoas, com bandeiras da CUT, do PT e dos outros partidos "vermelhos" (a cor do socialismo), além de diversas centrais sindicais, pararam em nome dos direitos do trabalhador. Na verdade, eles escondem que as reformas afetam muito mais os funcionários públicos do que os trabalhadores do setor privado, cujos direitos são bem mais limitados e vencimentos no INSS, em geral bem mais modestos.
Em Copacabana, milhares também foram às ruas contra as reformas, para, no entender deles, defender os direitos dos trabalhadores. Em Brasília, a Praça dos Três Poderes foram tomadas pelos descontentes. Salvador também parou com as manifestações. Outras cidades também foram afetadas, tanto capitais como Recife, Porto Alegre, Curitiba, Belo Horizonte, Belém e Goiânia, quanto grandes cidades como Olinda, Petrópolis, Juiz de Fora, Guarulhos, Campinas e outras.
Fora os bloqueios nas estradas, atitude lamentável de gente pouco afeita ao direito alheio de ir e vir, os protestos foram feitos sem grandes incidentes.
Lá, o ex-presidente Lula aproveitou para discursar entre os seus simpatizantes. Disse que irá concorrer à Presidência em 2018, a despeito de haver muitas evidências sobre seu papel de liderança no processo de apropriação indevida do patrimônio público por uma agremiação, no caso o PT, utilizando-se avidamente de males seculares como a corrupção e o patrimonialismo.
Ele também foi o tema de outro assunto, pois depôs na Polícia Federal em Brasília, sendo interrogado pelo juiz da décima Vara Federal Ricardo Augusto Soares Leite. Aproveitou para se fazer de vítima, reclamando de "perseguição política" feita, segundo ele, pela imprensa e pela Operação Lava Jato. Negou obstruir os trabalhos de investigação e voltou a afirmar sua inocência diante das denúncias feitas por seu ex-correligionário Delcídio do Amaral. Confessou ter "medo de ser preso em casa", tentando convencer que o governo atual, eleito pela mesma chapa de sua discípula Dilma Rousseff em 2014, é "golpista". Se ele não teve com que se preocupar após o depoimento de ontem, estamos cada vez mais perto do dia 3 de maio, quando ele terá um interrogador bem mais incisivo: nada menos que Sérgio Moro, em Curitiba.
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