Algumas personalidades andaram se destacando neste mês de setembro, sejam elas brasileiras ou estrangeiras, por suas atitudes que afetam o nosso país.
Comecemos pelo banco Santander, que tentou fazer uma mostra de arte em Porto Alegre com o tema "diversidade sexual". Isso seria louvável, mas a abordagem levou muita gente a se questionar sobre o que seria realmente arte. Algumas obras do chamado "Queermuseu" pareciam ter valor nulo, destinadas apenas a chocar e afrontar os valores morais da sociedade. Usuários das redes sociais chegaram a acusar a mostra de "estimular" parafilias, como a sexualização de animais e crianças, algumas delas travestidas nos quadros. O MBL chegou a sugerir um boicote ao Queermuseu, e os organizadores apodaram o movimento de quererem a censura. Se fosse o caso, o MBL é que mereceria o selo "Vergonha Nacional" de setembro, mas não é nada disso: boicotar não significa proibir a mostra de expor ou impedir alguém de ir até lá ver as obras. E muito menos este blog se atreveria a isso, mesmo para um candidato ao selo como o banco.
A mostra do banco Santander... (Marcelo Liotti Junio) |
... e o selo ao qual este blog se refere (do autor) |
Outro candidato ao selo de setembro é o cantor sertanejo Zezé di Camargo. Durante o período mais sombrio do regime militar, entre 1968 e 1979, ele era menor de idade (tinha 17 anos quando o AI-5 foi extinto e houve a abertura política), mas isso não justifica dizer que "não houve ditadura no Brasil". Ele chegou a citar casos extremos, como Cuba, Coréia do Norte e China, que são tiranias genocidas, mas o regime militar foi, sim, um regime de exceção, com mortes, torturas e desaparecimentos forçados. Houve censura e sérias restrições ao voto e às manifestações pacíficas. O regime militar, caro Zezé, foi DITADURA, sim! Pior é sugerir que o "militarismo" possa vir a ser algo viável para o Brasil. E o cantor, um dos que conseguem se salvar da cacofonia vigente no Brasil, ainda se diz "muito politizado".
Mais merecedores do tal selo da vergonha no mês são os protagonistas do caso JBS: o presidente da empresa e da holding que a controla (a J&F), Joesley Batista, o procurador e ex-braço direito da PGR Marcelo Miller e o executivo da J&F, Ricardo Saud. Como já foi antecipado, líderes políticos dos Três Poderes e do Ministério Público (que NÃO é um quarto poder como muitos querem crer, mas é um instrumento para a normalidade institucional com funções definidas pela Constituição) não podem concorrer porque são hors concours, incluindo aí o presidente Michel Temer e o ainda procurador-geral Rodrigo Janot.
Por fim, existe um pastor intitulado "apóstolo" que comparou a figura da Virgem Maria a uma Coca-Cola. A liberdade religiosa é garantida neste país, mas o proselitismo agressivo e ofensivo deve ser coibido. Gente que prega o sectarismo e espezinha outras religiões merece o selo da vergonha, seja ele evangélico, católico, islâmico, judeu, budista ou ateu.
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