quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Mais um dia de depoimentos, julgamentos, prisões

Hoje foi um dia movimentado para a Polícia Federal e o Judiciário, em meio aos desdobramentos da grande rapinagem. O trabalho é árduo, está bem longe de terminar, e ainda estão começando a incomodar de verdade o núcleo político da megaquadrilha. Além da Lava Jato, outras operações no sentido de investigar as falcatruas dos últimos anos estão em curso.

Rodrigo Janot, procurador-geral e um dos protagonistas de toda a ação, foi julgado pelo STF, que acolheu a denúncia do presidente Temer para tentar colocá-lo em suspeição, por ser supostamente parcial e querer a incriminação dele a todo custo. O STF rejeitou a denúncia por unanimidade - apenas Gilmar Mendes e Luiz Roberto Barroso não participaram. Ainda há o julgamento do pedido feito pela defesa de Temer para impedir Janot de apresentar nova denúncia. 

Houve a prisão do irmão de Joesley Batista, Wesley, e a Justiça mandou que os dois cumpram prisão preventiva, ou seja, sem prazo para serem soltos. Joesley já cumpre prisão temporária. Os dois são pivôs da grande crise envolvendo a Procuradoria-Geral e a Presidência, decorrente daquele questionado acordo entre a J&F, holding que controla a JBS, comandada pelos Batista, e Janot.

Wesley Batista estava exercendo a presidência da J&F quando foi preso (Marcos Bezerra/Futura Press)

Também houve o depoimento do ex-presidente Lula em Curitiba. Como no primeiro, este foi gravado. Mais uma vez Lula negou as acusações e chegou a usar a palavra usada por alvos da Lava Jato (ilações) para desqualificar as denúncias, inclusive e principalmente as feitas por seu ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci. Acusou-o de ser dissimulado e calculista, recebendo uma resposta igualmente dura do advogado de Palocci, Adriano Bretas, horas depois ("dissimulado é ele"). No final, ele questionou a parcialidade de Sérgio Moro, que não gostou da observação e mandou interromper o vídeo. Não é possível saber o que aconteceu depois disso. 



Em outra ação da Polícia Federal, Anthony Garotinho foi detido novamente enquanto apresentava seu programa de rádio, por acusações de destruir provas e ameaçar testemunhas. Ele também é acusado de comprar votos para beneficiar seu candidato à prefeitura de Campos, em 2016, Dr. Chicão (PR-RJ). Vai ficar em prisão domiciliar enquanto a segunda instância analisa o caso. Ele foi condenado a quase 10 anos de cadeia.

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