Quando se pensava em métodos hediondos de matar ou torturar alguém, geralmente havia referência a castigos da Antiguidade ou da Idade Média, como o "touro de bronze" grego usado para cozinhar alguém vivo dentro dele, o escafismo usado pelos antigos persas para forçar o condenado a comer mel e outros alimentos doces para depois servir de alimento às formigas, a "Dama de Ferro" medieval, os empalamentos ou a crucifixão usada para executar Jesus Cristo.
Alguns métodos, porém, persistiram até a época contemporânea, isto é, depois da Revolução Francesa e do Império Napoleônico. Mentes mais sensíveis devem parar de ler a partir deste ponto.
Abaixo, dez atrocidades cometidas por torturadores, tiranias e mesmo governos supostamente democráticos nos últimos 200 anos:
1. O método hung (hanged), drawn and quartered (enforcado, arrastado e esquartejado)
Acreditem: este método de punir os traidores da pátria na Grã-Bretanha perdurou até o século XIX e ainda havia sentenças para arrastar os condenados, enforcá-los até a semiconsciência, arrancar-lhes as entranhas e esquartejá-los, para no fim cortar-lhes a cabeça e acabar com o sofrimento. O conhecido Guy Fawkes, inspirador da máscara do Anonymous, foi tratado dessa forma em 1605, junto com seus comparsas que tentaram explodir o Parlamento. A partir do século XVIII, o infeliz era enforcado e depois seu corpo sem vida era submetido ao procedimento descrito acima, o que já era uma visão terrível. Em 1820, os conspiradores da rua Cato, acusados de tentarem matar os ministros do recém-falecido monarca George III foram condenados a serem arrastados, enforcados e esquartejados, mas na prática foram "apenas" enforcados e decapitados. Em 1867, a pena foi oficialmente abolida.
Um condenado sendo submetido ao ritual "hanged, drawn and quartered" |
2. A fogueira
Durante os tempos da Inquisição, entre os séculos XIV e XVIII, a Igreja Católica e muitas igrejas protestantes puniam os hereges condenando-os a serem torturados para confessarem seus "erros" e depois entregues ao "braço secular" (o governo civil) para serem executados na fogueira. Ainda existiam mortes esporádicas no século XIX, e a última execução oficial teria sido de um escravo americano em 1830, na Carolina do Sul. Existe uma versão "moderna" onde um infeliz era amarrado com pneus e depois queimado vivo; os traficantes fazem isso até hoje nos morros cariocas, como forma de execução extrajudicial contra quem se atrevia a contestar o seu poder.
O método usado até hoje para queimar alguém vivo, nos morros (do filme Tropa de Elite) |
3. Tortura com ratos
As ditaduras chilena e brasileira eram acusadas de adaptar um velho método aplicado na Europa, segundo o qual um rato era posto numa gaiola em cima de uma vítima e, acossado pelo fogo, tentava fazer um abrigo na única superfície disponível, ou seja, o coitado era esburacado pelo animal. No método mais contemporâneo, introduzia-se um cano próximo às partes mais secretas de um prisioneiro; uma extremidade do cano era aquecida, induzindo o rato a fugir, indo parar... bem, não é agradável descrever nem visualizar algo assim.
Simulação da prática em sua versão tradicional usada na Idade Média |
4. Bambu chinês
Durante a tirania dos primeiros-ministros militares japoneses, durante a Segunda Guerra Mundial, prisioneiros americanos eram forçados a ficarem deitados sobre brotos de bambu, especialmente daquelas espécies com rápido crescimento; em pouco tempo, as plantas cresciam e perfuravam a carne das vítimas, que sofriam por dias. Este método foi adaptado dos chineses, tidos como engenhosos na arte de causar sofrimento (daí o termo "tortura chinesa").
Os inocentes bambus eram instrumentos da crueldade humana |
5. Cozinhado vivo
Neste método, os prisioneiros eram obrigados a ficarem em caldeirões cheios de água ou outro líquido qualquer e experimentavam a sensação de serem tratados como caranguejos ou lagostas durante o preparo, ou seja, eram cozidos vivos; a pessoa podia morrer com o simples choque ou sentir a pele e depois o tecido adiposo esquentarem e causarem dor além do suportável; não esperavam a vítima ficar bem passada para terminá-la, mas só enquanto ela desse sinais de vida; em 2002, a ditadura do Uzbequistão foi acusada de implementar esse tipo de tortura em acusados de terrorismo.
Não se trata de canibalismo, embora seja igualmente ignóbil |
6. Keelhauling
Esta foi uma prática usada em países marítimos; as vítimas eram penduradas junto aos cascos dos navios e, enquanto eles se movimentavam, elas se chocavam com o madeirame e ainda enfrentavam a água salgada, podendo afogar-se no caminho ou sofrer dores intensas no contato entre a água e as feridas; muitas vezes, haviam cracas, pequenos crustáceos, vivendo nas embarcações junto à linha da água, e suas conchas afiadas pioravam tudo; em 1853, ainda havia a aplicação dessa punição.
Gravura contemporânea do Renascimento mostrando prisioneiros submetidos ao keelhauling |
7. Esmaga-joelho
Aplicado no Sião, atual Tailândia, até o século XIX, consistia na utilização de um aparelho dotado com duas placas com várias pontas no joelho de uma vítima; giravam-se longos parafusos parecidos com hastes de pebolim para aproximar as placas, destruindo a perna do infeliz e deixando-a inutilizada; este método sangrento foi aplicado contra sentenciados por roubo e estelionato.
Esta espécie de prensa impressionava só de olhar |
8. Arrancamento de olhos
Ainda hoje se fazem torturas extrajudiciais em países como o Brasil, onde as vítimas são espancadas e depois tem os olhos arrancados com algum instrumento. Dispensa maiores apresentações.
Um iraniano cumprindo a sentença de ter seu olho arrancado |
9. Alimentação forçada
Os torturados eram forçados a comer tudo o que seus torturadores colocassem em suas bocas e mesmo narizes, desde comida estragada até água salgada, pimenta, fezes, detergente ou óleo fervente. Quando eles vomitavam, o conteúdo do estômago era reintroduzido. Esta prática foi muito usada na China no século XX e adaptada até nos Estados Unidos para torturar suspeitos de práticas terroristas. Havia uma variante, a alimentação forçada por via anal, para fazerem os condenados interromperem greves de fome. Em certos países, isso é feito com patos e gansos destinados a terem seus fígados usados no patè de foie gras.
Simulação de uma mulher sendo forçada a comer |
10. Gravata colombiana
Usada em carteis de drogas na Colômbia, os captores abriam um buraco na garganta do prisioneiro e faziam a língua sair por esse orifício; algumas vezes, a vítima não resistia e morria sufocada.
Os narcotraficantes usavam a "gravata colombiana" em seus inimigos |
Isso sem falar na conhecida guilhotina, apregoada durante a Revolução Francesa como método "humanitário e sem dor" para execução e uma alternativa aos métodos de decapitação por machado, que nem sempre cortavam o pescoço do condenado no primeiro golpe. A cabeça do último guilhotinado "rolou" em 1977.
Infelizmente, ainda há quem queira aplicar algum desses métodos em
supostos traidores da pátria (brasileira), entre narcotraficantes,
políticos corruptos e até ex-presidentes, e nos apontados como culpados pela atual crise econômica e institucional, resultando em um cenário eleitoral incerto e dólar indo a R$ 3,96, como aconteceu hoje. Na Venezuela, muitos querem fazer isso no presidente Nicolás Maduro, visto como responsável pela inflação de 1.000.000% (um milhão por cento); agora ele mandou cortar cinco zeros para criar o "Bolívar Soberano", uma moeda destinada a ter o mesmo fim do velho bolívar, caso não houver uma medida mais extrema e menos populista para combater o descalabro inflacionário.
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