quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Orgulho e Vergonha Nacional de julho

Mais uma vez, escolher o Orgulho Nacional de julho foi difícil.

Caso o Brasil tivesse ganho a Copa do Mundo na Rússia, iria receber o selo, mas infelizmente isso não aconteceu. Mais uma vez se provou que a Seleção da CBF não é a melhor do mundo, embora tenha méritos. Jogadores e o técnico Tite tiveram sua parcela de culpa pela eliminação da Copa, embora, com a exceção de um nome a ser destacado mais adiante, nenhum deles fosse motivo de vergonha. Pelo contrário, uma torcida a cada ano menos numerosa viu o esforço e empenho de cada um - e também notou a limitação de um time que joga bem, mas com a impressão de que perdeu há tempos o antigo padrão de qualidade, enquanto outras seleções evoluíram: não tem porte físico, pouco eficaz nos chutes a gol, psicologicamente vulnerável, traumatizado pelo "7 a 1" na Copa de 2014, desprovido de figuras carismáticas e com liderança, às vezes burocrático e pouco agressivo, com valores inflacionados e longe de merecer estar entre os melhores do mundo.

Portanto, quem quis ver Tite, por exemplo, com o selo do orgulho, realmente deve esperar. Talvez ganhe em 2022, se ele se mantiver no comando do time nacional até lá.

Por outro lado, existiram bons exemplos, como a Dra. Carina Cotrim, pesquisadora de Ribeirão Preto, cujo trabalho pode significar uma alternativa de tratamento para a degeneração macular, os ganhadores da Olimpíada de Matemática em Bucaresti, na Romênia (12 de julho) e os voluntários brasileiros que ajudaram no resgate dos meninos presos em uma caverna na Tailândia.

A escolha foi realmente complicada, e este blog resolveu dar o selo à Tatiane Araújo, voluntária do resgate que trabalhou como intérprete e ajudou na localização dos meninos presos na caverna.

Tatiane de Araújo (direita) colaborou no incrível resgate dos "Javalis Selvagens", a equipe de jovens futebolistas tailandeses


Agora, a Vergonha Nacional de julho...

Foram três candidatos fortíssimos a levar o selo. 

Primeiro, o jogador de futebol Neymar Jr., do Paris Saint-Germain e da Seleção Brasileira, participante da Copa do Mundo na Rússia. A despeito de seu incrível talento e capacidade de jogar futebol, sua participação foi considerada ignominiosamente ridícula para o Brasil, e para o mundo inteiro. O time do Brasil foi eliminado pelo da Bélgica de maneira normal, para uma equipe que jogou melhor. O que não é normal é o comportamento do maior jogador da Seleção, em toda a campanha, principalmente nos primeiros jogos. Simulou, chorou de forma cênica, se jogou e quis manipular os árbitros. Parece sofrer de algum transtorno de personalidade (histriônica), agindo como um astro excêntrico e não abandonando velhos hábitos de seu tempo como jogador do Santos e do Barcelona. Isso irrita os fãs, afugenta torcedores, faz o apoio à Seleção se esvair e o faz, em particular, ser alvo de sátira e de escárnio. Por isso, foi esquecido na premiação da Bola de Ouro e, se não se emendar, sua carreira irá definhar, como a de tantos outros ídolos do futebol que prometeram e não cumpriram, como Adriano (o "Imperador") e Robinho. E recentemente fez um comercial considerado vitimista e emocionalmente manipulador, feito pela Gillette, uma de sua patrocinadoras.

Existiu a figura do desembargador plantonista do TRF-4 Rogério Favreto, ex-integrante do PT, que se deixou levar pelos argumentos da defesa de Lula ao determinar, de forma impetuosa, a soltura do ex-presidente, alegando que houve novos fatos capazes de mudar o julgamento do processo. Fez isso, porém, com argumentos muito subjetivos e pessoais, aludindo à campanha presidencial dele. O juiz Sérgio Moro errou ao não medir as palavras a respeito da decisão de Favreto, dizendo que ele era "autoridade absolutamente incompetente" para julgar o caso. Moro quis dizer que Favreto não era a autoridade certa para determinar a soltura, e não questionou a competência e a capacidade jurídica do plantonista da TRF-4. Mas por causa disso os petistas quiseram processar o magistrado de primeira instância, visto por eles como um "Torquemada de Curitiba", disposto "fanatica e tiranicamente" a manter preso um ex-presidente por "razões políticas". Como a atitude de Favreto foi considerada pelo STJ mais juridicamente insustentável e errática do que a de Moro, embora ambos tivessem culpa por terem contribuído para a corrosão das instituições, é o desembargador o maior candidato ao selo.

Finalmente, temos Dênis Furtado, o "Doutor Bumbum", responsável pela morte da paciente Lilian Calixto, e cujo currículo levantou dúvidas sobre a sua capacitação e mesmo seu direito de possuir um CRM. Outros profissionais de saúde estética foram envolvidos em casos semelhantes, operando em locais inadequados e usando materiais impróprios como silicone industrial.  

O que desempata em "favor" de um é a sua capacidade de gerar estragos para os outros. Neymar só prejudicou a si mesmo e, em menor grau, aos seus companheiros do time, ao técnico Tite e à imagem da Seleção da CBF, que há muito não é considerada como representante de uma nação. O "Doutor Bumbum" e outros magarefes prejudicaram famílias de suas pacientes e levaram suas vítimas a uma morte terrível em nome da estética. O desembargador prejudicou a normalidade jurídica, afetando o Brasil todo. Logo, é o magistrado o ganhador do selo.

Rogério Favreto não se deu ao trabalho de agir em favor de um condenado, quando a função de um desembargador é ser imparcial. Pelo menos, não matou ninguém, como fez o "Dr. Bumbum".

N. do A.: Hoje, pela primeira vez, uma cidade do Hemisfério Sul, o Rio de Janeiro, foi sede da premiação com a medalha Fields, considerada pela mídia como o "Nobel da Matemática", concedido a quatro estudiosos: o italiano Alessio Fighali, o alemão Peter Scholze, o australiano de origem indiana Akshay Venkatesh e o iraniano Caucher Birkar. Este último teve a medalha furtada logo depois da premiação, dentro do prédio do Riocentro. Se uma pessoa qualquer, turista ou não, tivesse deixado seus pertences em espaço qualquer no Rio, fatalmente será roubada, e a responsabilidade é dela por sua imprudência, mas em um lugar fechado e vigiado como o Riocentro a culpa se deve ao esquema de segurança, o que é intolerável por se tratar de um evento com tamanha importância e repercussão no planeta. Desde já o autor do furto da medalha Fields de Birkar é candidato sério ao título de "Vergonha Nacional", assim que for identificado, caso for brasileiro, por sua contribuição em fazer o Brasil ser visto outra vez como pária internacional.


N. do A.: Candidatos oficiais à Presidência da República são hors concours e não serão selados EM HIPÓTESE ALGUMA. 

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