quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Os transtornos de personalidade em tempos de eleição

Anos atrás, este blog escreveu sobre transtornos da personalidade, listando os mais comuns (ver AQUI). Agora, como estamos em tempos de eleições, não será difícil ver alguém que se encaixa em algum perfil abaixo; em comum, o anseio em conquistar o seu voto e um pequeno (ou grande) quinhão do NOSSO DINHEIRO:

Cuidado com os candidatos com transtornos de personalidade! 

- Candidato anti-social: para ele, se existem regras de campanha, elas podem e devem ser violadas; faz questão de contratar pessoas que abordam insistentemente qualquer transeunte infeliz nas ruas e até jogam nas ruas os "santinhos", os papeis com informações (ou fake news) sobre o candidato em questão; muitas vezes é condenado por corrupção ou outros crimes, e ao se defender expressa com naturalidade aquelas frases clichês: "Vou provar minha inocência", "É intriga da oposição", enquanto planeja o seu próximo golpe, sem demonstrar nenhuma emoção; é um sociopata, ou melhor, "politicopata", e muitas vezes é retratado como se fosse o arquétipo do homem público.

- Candidato borderline: este sujeito tem sérios problemas de comportamento, agindo de forma intensa conforme o momento: se está indo bem nas pesquisas, mostra contentamento intenso e sai nas ruas para caçar - às vezes literalmente - eleitores com a maior alegria do mundo; se está mal, se transforma numa fera e esmurra a mesa contra essas "malditas pesquisas", culpando desde o jornal responsável pela divulgação dos dados até a assessoria incompetente ou aquela moça que serve café melado e com pouca cafeína para ele; só não assume sua parte da culpa.

- Candidato dependente: é um ser meio inseguro, geralmente começando a carreira política, que depende de seu comitê ou de sua base partidária para tomar decisões, e tem uma base eleitoral fixa; não consegue se expressar de forma espontânea, lê de forma quase mecânica tudo o que eles mandam falar no horário político e tem um carisma abaixo de zero; pode até vir a ser eleito se for de um partido pequeno com "puxadores de votos" com mais atitude e menos medo do ridículo.

- Candidato esquivo: infelizmente, essa criatura existe e morre de medo da "gentalha", só enfrentando um processo político porque algum cacique influente quer agradar um correligionário; este estranho candidato é algum parente deste ilustre senhor; não aparece em nenhum evento para tentar obter votos, porque não gosta do "odor fétido dos eleitores", e para justificar sua ausência inventa outros compromissos de campanha.

- Candidato esquizóide: existe aquele candidato meio alheio à realidade, com discursos incoerentes e atitudes um tanto excêntricas, como se tivesse tomado uns goles a mais ou fumado uma ervinha sem compromisso; muitas vezes encontrado em algum partido pequeno, e às vezes faz sucesso por ser involuntariamente engraçado e parecer meio louco da cabeça; vez ou outra fala em extraterrestres ou em ecologia, mesmo sem saber direito do que está falando.

- Candidato esquizotípico: indivíduo aparentemente consciente de sua genialidade e capacidade, dizendo que vai fazer determinada obra mesmo sabendo que ela é inviável economicamente; só não consegue convencer ninguém de sua luta contra inimigos externos, pertencentes a alguma teoria da conspiração maluca; aponta para alguma solução radical, como se pudesse ser o responsável por sua execução num passe de mágica qualquer; alguns candidatos com este perfil parecem seres bizarros.

- Candidato histriônico: existem muitos candidatos desse tipo; chatos até a medula dos ossos, fazem todo tipo de chantagem emocional para conquistarem eleitores e apelarem para discursos comoventes, falando de sua infância pobre na "casa do chapéu"; muitas vezes, têm culpa no cartório, mas ao negar as acusações se julgam as almas mais inocentes do mundo; às vezes, possuem alto poder de persuasão e se julgam amigos íntimos de seu eleitorado, e ai de quem não votar neles: vão ficar de mimimi até a vítima mudar de ideia.

- Candidato narcisista: infelizmente é um tipo comum em qualquer eleição; o sujeito se julga o mais preparado, capaz, inteligente, astuto e lindo da disputa, e se julga o dono natural daquela vaga para o cargo público; possui um ego enorme, fala de suas realizações e sua popularidade a todo momento, e se alguém não acreditar, vai procurar ridicularizá-lo e fazê-lo sentir-se a mosca do cocô do cavalo do bandido; nos debates, achincalha os adversários e mesmo o mediador, tratando-os como seres ignóbeis que se atrevem a não considerá-lo um deus.

- Candidato obsessivo-compulsivo: parece ser alguém ideal para exercer algum cargo eletivo, mas muitas vezes um tipo obsessivo-compulsivo tem ideias fixas a respeito de um projeto, e quer discuti-lo num dia tal em hora tal com seus assessores; adota um procedimento imutável, aparentemente infalível mas que, com o tempo, vai se tornar tedioso: acusa os adversários dos mesmos crimes, usando os mesmos argumentos, insistentemente, mesmo sem provar nada, e gosta de mostrar aos eleitores que é um incansável trabalhador, mesmo um viciado em trabalho, mas no fundo está se lixando para eles.

- Candidato paranoide: em tempos de Lava Jato tipos paranoides não faltam, mostrando um medo terrível de seus planos para se elegerem serem frustrados por alguém que poderia revelar seus golpes, ou por alguém menos escrupuloso e mais popular; uma entidade dessas gosta de se aliar com algum figurão poderoso, pois morre de medo da Justiça, e seu método favorito é posar de perseguido político, em caso de acusação; o problema é realmente acreditar na suposta perseguição, mesmo contrariando os fatos. 


Uma dica: tome MUITO cuidado com candidatos com perfis expostos acima, ou irá se arrepender por pelo menos quatro anos. 

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