Em congresso realizado pela Apimec, entidade que regulamenta a autorregulação da atividade de analistas e outros profissionais de investimentos no Brasil, o secretário do Tesouro Nacional Mansueto de Almeida diz que o Brasil vive uma "década perdida", assim como foi os anos 1980.
Ele atribuiu isso ao excesso de gastos do governo e à falta de reformas para o Estado deixar de ser tão perdulário, como a dolorosa mas vital revisão no sistema previdenciário, para o Brasil se ajustar a um perfil de envelhecimento crescente.
Nossa economia paga o alto preço da falta de racionalização dos gastos públicos, onde se gasta demais com cabides de emprego, Bolsa-Familia e aposentadorias especiais, e onde se cortam verbas da educação, das pesquisas acadêmicas e da segurança pública para, por exemplo, garantir os privilégios dados aos caminhoneiros a fim de evitar a repetição das paralisações feitas em maio deste ano.
Os desafios para a geração de empregos são ainda enormes com a falta de estímulos para a atividade produtiva, baixa qualificação e a retração na atividade de setores tradicionais como a indústria e a construção civil, esta última devido aos escândalos de corrupção que levaram às investigações da Lava Jato, à prisão de vários executivos de empreiteiras e ao abalo no sistema político e institucional. Aliás, a roubalheira sistemática feita pelo maior esquema de corrupção deste século e a incompetência gerencial dos governos Lula, Dilma e Temer também afetaram seriamente a nossa economia nos anos 2010.
Assim, fica difícil reverter os anos de retração na atividade econômica. 2019 não vai ser um ano de crescimento vigoroso, e nem os otimistas mais nefelibatas acreditam nisso. Esta década realmente é para se tirar lições, e provavelmente os dez anos seguintes, também, pois eles também não devem ser muito favoráveis.
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